O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) dará sequência à política de venda de participações em empresas já consolidadas, para investir em empreendimentos que estejam iniciando sua atuação empresarial, informou ontem o presidente da instituição Dyogo Oliveira, na cerimônia de abertura do seminário Mercado de Capitais Brasileiro, na sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.
Segundo o presidente do Bndes, a atuação do banco no mercado de capitais, feita por meio da subsidiária Bndes Participações (BndesPar), é ampla, por ver nesse mercado "um dos mecanismos mais importantes" para o desenvolvimento do País.
Dyogo Oliveira explicou que o Bndes pretende vender as participações nas empresas já consolidadas, para atuar em empresas iniciantes. "Nosso papel é fazer com que empresas se desenvolvam e beneficiem o País", acrescentando que o Bndes "são negócios de risco que, com o tempo, acabam se revelando, principalmente quando se trata de empresas nascentes".
No mesmo evento, o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago, disse que essa tendência do Bndes, em meio ao cenário de juros em baixa, resultará em uma necessidade maior de o banco assumir mais riscos em seus investimentos.
"No entanto é importante que haja compreensão de que este é um negócio de maior risco, mas uma empresa que dá certo já justifica todo o investimento e o esforço nas demais", disse o ministro.
De acordo com Esteves Colnago, os riscos para o Bndes são maiores em períodos como o atual, no qual as taxas de juros são menores, devido ao fato de boa parte dos lucros dos bancos estar associada aos juros por eles cobrados.