Federasul pede um basta à 'tolerância com o inaceitável'

"Fomos tolerantes demais, por tempo demais, com o inaceitável." Foi dessa forma que a presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Simone Leite, se dirigiu aos mais de 300 líderes empresariais presentes no 14º Congresso da Federasul, realizado nesse fim de semana, em Gramado.

A entidade incentivou todos a dar um basta na tolerância à corrupção, à falta de honestidade intelectual, à falta de serviços públicos decentes. No encontro, que misturou política e economia, houve um painel com quatro pré-candidatos ao governo do Estado, que desenvolveram o tema "Como construir um Rio Grande do Sul livre e favorável ao desenvolvimento". Participaram Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), Luis Carlos Heinze (PP) e Mateus Bandeira (Novo). A entidade não convidou os demais nomes que já anunciaram pré-candidaturas, gerando reação e crítica dos excluídos ligados ao PT, PSOL e PCdoB.

A presidente da Federasul pediu enfrentamento com o que está errado, a identificação dos responsáveis pelo atraso econômico do País e pelo empobrecimento de grande parte de sua população. Simone Leite sugeriu medidas que reduzam a carga tributária em 10% e o fim dos chamados direitos adquiridos. Pediu apoio e reforço ao trabalho da Lava Jato.

O Congresso - que se iniciou na quinta-feira, com um encontro sobre o Empreender; e se encerrou no sábado, com um painel com uma análise do ambiente gaúcho - chegou à conclusão de que algo está acontecendo e promovendo uma mudança. A presidente Simone Leite destacou, neste espírito, que o novo, lentamente, começa a ocupar o espaço do velho.

Um dos exemplos dessa mudança, citado no painel "Ambiente Gaúcho" pelo publicitário Fábio Bernardes, é de que Federasul tem lado e "deixa de ser hipocritamente isenta". Ele falou ao lado do cientista político Fernando Schüler, que disse que a sensação do caos atrai o discurso da salvação e da renovação. "Nesta eleição, no entanto, estamos indo na contramão a esses valores", observou. Segundo ele, a aprovação da sociedade a partidos menos conhecidos é a maior prova da vontade de mudar.

O Congresso, que teve como tema "Desenvolver e Transformar", se encerrou com um apelo da presidente Simone Leite: "Em 2018, precisamos enfrentar o que está errado, identificar os responsáveis pelo nosso atraso, pelo sofrimento num país tão rico, com um povo tão pobre". "A hora exige ação!", encerrou a presidente.