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Consumo

- Publicada em 10 de Junho de 2018 às 22:44

Copa impulsiona vendas em setores do comércio

Lojas consolidam suas estratégias para atrair clientes com o Mundial

Lojas consolidam suas estratégias para atrair clientes com o Mundial


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Na semana da estreia da Copa do Mundo 2018, as lojas de eletroeletrônicos já consolidam suas estratégias para atrair o cliente. Mesmo com a greve dos caminhoneiros - que dificultou as entregas no período -, o varejo manteve seus planos em curso para fisgar o cliente. As promoções, características do período que antecede a competição, reforçaram-se neste ano com a mudança do sinal de TV - do analógico para o digital -, o avanço da tecnologia nos aparelhos e as facilidades de compra junto às lojas do varejo.
Na semana da estreia da Copa do Mundo 2018, as lojas de eletroeletrônicos já consolidam suas estratégias para atrair o cliente. Mesmo com a greve dos caminhoneiros - que dificultou as entregas no período -, o varejo manteve seus planos em curso para fisgar o cliente. As promoções, características do período que antecede a competição, reforçaram-se neste ano com a mudança do sinal de TV - do analógico para o digital -, o avanço da tecnologia nos aparelhos e as facilidades de compra junto às lojas do varejo.
A maior inserção dos televisores conectados no mercado, a popular smart TV, trouxe mais recursos e funcionalidades do que os aparelhos anteriores, fomentando ainda mais a procura pelos novos produtos. Nesse sentido, as empresas procuraram reforçar o seu estoque e planejar uma estratégia de marketing que atinja o maior número de consumidores. A companhia de varejo Magazine Luiza buscou inovar na forma de aproximar o cliente: com o programa Smart Troca, o consumidor que levar um modelo de TVs antiga recebe um desconto, que varia de R$ 100,00 a R$ 1 mil, relacionado ao modelo trazido. Essa estratégia também foi usada em 2017, pela própria MagaLu, com a troca de smartphones antigos revertidos em desconto na aquisição dos modelos Galaxy S8 e Galaxy S8 .
Gerente de uma das filiais da Magazine Luiza, Paulo Käfer explica que, pelos valores elevados dos produtos de alta tecnologia, a empresa precisa se adequar à realidade dos consumidores. "A Magazine Luiza se engajou muito na linha de imagem neste ano. Além da Smart Troca, nós criamos um parcelamento em 24x sem juros nas TVs de mais polegadas para o público, em geral, conseguir realizar o sonho de ter uma tela grande em casa", conta o gerente. Segundo Käfer, as estratégias são convergentes, ou seja, é possível receber o desconto da troca e parcelar o restante em até 24x sem juros. Outra estratégia utilizada pela Magazine Luiza é a campanha "Sai Zica", que propõe ao consumidor trocar o televisor para não relembrar do fatídico resultado da última Copa.
A forma como a transmissão da Copa do Mundo é produzida influencia também no modelo de televisão desejado pelo consumidor. Nesta edição do campeonato, os jogos serão transmitidos na resolução 4k, por canais como Sportv, por exemplo. Para usufruir dessa tecnologia, faz-se necessária a atualização do televisor na residência do torcedor. Käfer aponta esse como um dos pontos que aumentaram a busca pelos aparelhos mais modernos. No momento no qual as TVs de maior dimensão ganham força, as lojas apostam em modelos de TV Oled - tecnologia nova, que diminui o consumo de energia elétrica e oferece uma imagem mais colorida.
Nas Lojas Lebes, a estratégia para atrair a atenção do consumidor já é a tradição da empresa. O estabelecimento - que aposta fortemente na divulgação nas mídias tradicionais, como jornal, revista e TV - projeta um especial para a Copa do Mundo da Rússia. Ainda, a atuação nas redes sociais das Lojas Lebes fortalecem a atração, bem como o envio de SMS aos clientes cadastrados sobre as novidades da empresa. "Temos parcerias com algumas marcas e, consequentemente, promoções específicas para a linha de imagem. Por isso, criamos uma linha especial de produtos para esse período", explica o gerente Adriano Menna.
Esse período pré-Copa já é característico para as empresas de varejo brasileiras. Neste ano, as análises e projeções alternam de acordo com as características de cada local. Na Magazine Luiza, o crescimento varia de 20% a 25% na relação com o mesmo período no ano passado. Já nas Lojas Lebes, o crescimento é segmentado: de 10% a 15% na seção exclusiva de televisores.
Aproveitando as promoções do site nesse período, a professora Teresa Olovate adquiriu um novo aparelho. "Precisava de uma nova televisão e aproveitei as promoções do site." Mesmo sem representar a motivação da compra, a professora afirma que o novo televisor também será utilizado para assistir ao evento esportivo. 

Artigos esportivos esperam crescimento de negócios

Esse período não influencia apenas as lojas do varejo de eletroeletrônicos. As empresas de artigos esportivos também recebem maior atenção do consumidor nesse período. Danilo Silva, gerente da Kipsta, marca de esportes coletivos da Decathlon no Brasil, aponta que, mesmo não sendo uma loja específica de futebol, o crescimento no movimento perceptível.
"A Decathlon trabalha com 64 esportes, além do futebol. No período, o aumento da procura de artigos esportivos se espalha para os outros esportes, devido o crescimento de visitação nas lojas", explica Danilo. Com essa presença maior de consumidores nos espaços, a empresa projeta um crescimento de 20% nesta época do ano.
O faturamento, que pode ser observado em uma loja não especializada, também é visto nas lojas específicas. A Netshoes, loja virtual de artigos esportivos, preparou mudanças no portfólio, a fim de atender a um maior número de clientes.
Pacotes de produtos e promoções específicas - além de estratégias de campanha direcionadas no período pré, durante e pós-Copa do Mundo - marcam as estratégias da Netshoes para atrair o cliente. Nos produtos mais procurados pelos compradores, as camisetas oficiais da seleção estão recebendo maior atenção, mas outros artigos, como bolas e chuteiras, também sofrem alteração nas vendas neste período. 

Faturamento cai durante o período, afirma CDL-POA

O aumento nas vendas dos televisores e dos artigos esportivos não são acompanhados por outros segmentos. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Alcides Debus, afirma que, enquanto alguns setores da economia crescem, outros têm um declínio no momento da Copa do Mundo.
"A Copa tem um segmento muito estreito de influência no varejo, enquanto televisores, assinaturas de TV a cabo e artigos esportivos crescem, os bens de consumo não duráveis sofrem com a queda." Como afirma o presidente, isso acontece devido ao fato de o trabalhador ficar deslocado, assistindo aos jogos, e deixando de consumir.
O deslocamento do trabalhador da área de consumo é visto por Debus como comparável a outra época do ano: "o período se assemelha a um mês de fevereiro, com as pessoas ausentes no horário de trabalho". "Alguns setores crescem, é claro, mas eles não superam o todo", aponta Debus.