Uma das principais referências da arte negra no Rio Grande do Sul, o artista plástico Pelópidas Thebano faleceu na madrugada desta terça-feira (4), aos 87 anos. A morte, que teria sido decorrência de causas naturais, foi confirmada pela Associação dos Escultores do Estado do Rio Grande do Sul (Aeergs). O velório ocorre na quarta-feira (5), entre 7h e 11h, na Capela K do Cemitério São Miguel e Almas.
Artista visual, desenhista, figurinista e escultor, Pelópidas Thebano Ondemar Parente nasceu em Porto Alegre em 1934, e começou a participar de exposições ainda na adolescência. A partir dos anos 1950, passou a destacar-se como figurinista de blocos de carnaval, mesmo período em que atuava como desenhista técnico profissional na Secretaria de Obras do Estado. Chegou a residir durante algum tempo em Salvador, experiência que influenciou o desenvolvimento futuro de seu trabalho artístico.
A partir de 1985, aprofundou seus estudos em pintura e escultura, o que o levou a participar de uma série de exposições e iniciativas ligadas às artes visuais. Integrou a equipe do Museu do Percurso Negro em Porto Alegre, sendo autor do Painel Afrobrasileiro que integra o projeto e está instalado no Largo Glênio Peres. Também se destaca em sua trajetória a mostra individual Afrobrasilidades (2011), exibida na galeria do Instituto de Arquitetos do Brasil.
Ao longo de sua trajetória, Thebano foi agraciado com premiações como o troféu Carlos Santos da Câmara Municipal de Porto Alegre, recebido em 2012. Em 2021, ele foi o artista homenageado do XIV Prêmio Açorianos de Artes Plásticas de Porto Alegre, e encontra-se em cartaz na Pinacoteca Ruben Berta com a exposição virtual Raiz que se alastra. "Thebano era um ser de destaque na cultura, imerso nos fazeres de nosso tempo, que afirmava em cada traço o protagonismo da arte negra no contexto histórico, buscando demonstrar de forma positiva as contribuições do povo negro na composição da sociedade contemporânea", afirma a presidente da Aeergs, Adriana Xaplin.