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Cultura

- Publicada em 27 de Dezembro de 2021 às 19:51

Programação plural é marca do começo de 2022 na Fundação Iberê

Espaço cultural da Capital receberá cinco exposições no primeiro semestre de 2022

Espaço cultural da Capital receberá cinco exposições no primeiro semestre de 2022


MARCO QUINTANA/ARQUIVO/JC
Lara Moeller Nunes
No próximo ano, o primeiro semestre de atividades da Fundação Iberê será marcado pela diversidade e pela representatividade. Com uma seleção plural de artistas, já são, ao todo, cinco exposições confirmadas para serem exibidas ao público até maio de 2022, além de atividades que vão além das galerias da instituição. A primeira mostra, que chega ao espaço no dia 5 de fevereiro, é resultado do trabalho de gravuras do jovem piauiense Santídio Pereira.
No próximo ano, o primeiro semestre de atividades da Fundação Iberê será marcado pela diversidade e pela representatividade. Com uma seleção plural de artistas, já são, ao todo, cinco exposições confirmadas para serem exibidas ao público até maio de 2022, além de atividades que vão além das galerias da instituição. A primeira mostra, que chega ao espaço no dia 5 de fevereiro, é resultado do trabalho de gravuras do jovem piauiense Santídio Pereira.
Criado na favela, se mudou para São Paulo com a família aos 8 anos de idade em busca de melhores condições de vida. No turno inverso da escola, frequentava o Instituto Acaia, responsável por lhe proporcionar o primeiro contato com o universo das artes. Além das aulas e dos cursos, nos finais de semana trabalhava no Ceagesp vendendo frutas e descarregando caminhões com o intuito de juntar dinheiro para conseguir visitar museus e cinemas da cidade e, assim, ampliar sua bagagem cultural.
Ao mesmo tempo em que aprimorava sua técnica e corria em busca de oportunidades na área, participava com seus colegas de feiras e exposições coletivas. Foi em 2016, aos 19 anos de idade, que inaugurou sua primeira mostra individual. Suas produções, que muitas vezes têm como protagonista a flora e a fauna de determinadas regiões, trazem elementos da natureza que conversam diretamente com os lugares dos quais já visitou, permitindo assim uma maior intimidade entre obra e artista.
Além de Santídio, a Fundação recebe ainda no mês de fevereiro, a partir do dia 12, uma exposição com materiais do acervo de Iberê Camargo em comemoração aos 250 anos da cidade de Porto Alegre. Na sequência, em 19 de março, será aberta uma mostra com trabalhos de Maria Lídia Magliani, a primeira mulher negra a se formar no Instituto de Artes da Ufrgs. Sua produção, concentrada principalmente em pinturas, sempre teve o ser humano e os problemas sociais como plano de fundo, abordando o machismo, o racismo e a violência policial como forma de denúncia às opressões.
No final do mesmo mês, o uruguaio Pablo Atchugarry também chega ao espaço com suas esculturas, em grande maioria abstratas. As produções, que têm o mármore como matéria-prima, transmitem ao público uma sensação de leveza e movimento, dando a impressão de que a obra foi construída com recortes de tecido, e não com um material rígido.
Já em maio, o Iberê recebe Xadalu, artista mestiço que usa elementos da serigrafia, pintura, fotografia e objetos para tensionar, através da arte urbana, os costumes guaranis com a cultura ocidente das cidades. Seu trabalho, resultado de vivências em aldeias indígenas, é um recurso artístico potente contra a extinção da cultura nativa no Rio Grande do Sul. A revelação de seu nome espiritual, Tupã Jukupé, também faz parte da sua incessante tarefa de resgatar a própria ancestralidade.
Além das mostras de arte, a instituição prevê ainda para o ano que vem o lançamento do documentário Paisagem concreta, desenvolvido pela Olé Produções de São Paulo. A obra funciona como um diálogo entre Brasil e Portugal, navegando entre dois diferentes portos: o escritório do arquiteto Álvaro Siza na cidade do Porto, e o grandioso edifício da Fundação Iberê, projetado por ele e inaugurado em 2008. Dessa forma, ele detalha o projeto da estrutura de concreto, elabora sobre os limites entre a construção e a natureza, e fala sobre sua relação afetiva com o País.
Por fim, está confirmada para 2022 uma parceria da Fundação com o município de Eldorado do Sul, prevendo o atendimento no contraturno de 40 crianças na Associação Lar Luz da Criança. O programa educativo da instituição já vem, há algum tempo, ultrapassando os limites do prédio com o objetivo de desenvolver atividades em escolas da rede municipal. O projeto busca, portanto, incentivar produções artísticas e brincadeiras lúdicas, protagonizando a participação ativa dos alunos, além de ampliar a permanência deles dentro do ambiente escolar.
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