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Cultura

- Publicada em 07 de Dezembro de 2021 às 20:00

Fenômeno do futebol e da sociedade, Grêmio Esportivo Renner recebe memorial

Lembrando os 28 anos de existência do clube de Porto Alegre, o Memorial G. E Renner está aberto para visitações

Lembrando os 28 anos de existência do clube de Porto Alegre, o Memorial G. E Renner está aberto para visitações


JOYCE ROCHA/JC
Lara Moeller Nunes
Breve, mas intensa: é assim que podemos resumir a trajetória do Grêmio Esportivo Renner. Fundado em 1931 por funcionários da empresa A.J. Renner e Cia, o time revolucionou o cenário gaúcho do futebol e acumulou, ao longo dos seus 28 anos de existência, milhares de torcedores e admiradores pela Capital e no interior do Estado. Apesar de rápida, a atuação do grupo marcou gerações que, até hoje, relembram com carinho os feitos e as conquistas da equipe.
Breve, mas intensa: é assim que podemos resumir a trajetória do Grêmio Esportivo Renner. Fundado em 1931 por funcionários da empresa A.J. Renner e Cia, o time revolucionou o cenário gaúcho do futebol e acumulou, ao longo dos seus 28 anos de existência, milhares de torcedores e admiradores pela Capital e no interior do Estado. Apesar de rápida, a atuação do grupo marcou gerações que, até hoje, relembram com carinho os feitos e as conquistas da equipe.
Como forma de eternizar essa história, o arquiteto Luis Carlos Macchi, sobrinho de um dos ex-presidentes do clube, inaugurou o Memorial G. E Renner - Espaço Valdir Joaquim de Morais, na mesma propriedade do seu escritório (rua Câncio Gomes, 668). Com fotos, camisas, bandeiras, flâmulas, jornais e diários pessoais, o lugar reúne centenas de memórias que, de certa forma, resumem a grandiosidade do time dos industriários, campeão gaúcho de 1954. O acervo, que inclui objetos pessoais do idealizador do projeto e doações de ex-jogadores, familiares e fãs, pode ser visitado com agendamento prévio pelo número (51) 99953-3287.
"Um dos primeiros presentes que ganhei, logo que comecei a caminhar, foi uma camiseta do Renner dada pela minha madrinha. Eu nem sabia direito o que era futebol, mas a partir daquele momento já virei torcedor", conta Macchi. Um pouco depois, o menino começou a participar das partidas não só como admirador, mas também como mascote, entrando em campo ao lado dos jogadores nos mais diferentes tipos de campeonatos. O envolvimento ativo com o grupo, no entanto, não durou muito tempo. Em 1959, ao completar 11 anos de idade, a história do clube chegou ao fim.
O arquiteto diz que, depois disso, ficou um bom tempo sem torcer para nenhum time do Rio Grande do Sul. Por influência da sua família, com o passar dos anos, acabou virando gremista. "Uma coisa é certa: tu podes trocar de esposa, de partido político e de religião, mas tu não trocas efetivamente de time de futebol. Se o Renner voltar amanhã, estarei lá sem nenhuma dúvida. Vivi pouco tempo com eles ainda em atividade, mas hoje tenho a consciência de que tudo foi muito intenso", reflete.
Para ele, a prosperidade do clube está diretamente relacionada à assistência que a empresa dava aos jogadores que, obrigatoriamente, eram funcionários da fábrica. Além dos bons salários e dos benefícios próprios, todos os operários tinham a garantia de saúde para seus familiares, além de creches e escolas disponíveis para as crianças. Naquela época o futebol ainda era pouco visto como opção concreta de carreira, mas a estrutura e a logística de trabalho proposta pelo Renner mudou essa visão.
Eles também foram os precursores na profissionalização de cargos dentro da equipe, contratando apenas pessoas especializadas para ocupar determinadas funções. "Foi o maior fenômeno sociocultural e esportivo de Porto Alegre. Me impressiono até hoje com tudo que aconteceu em tão pouco tempo. Durante os anos em que jogaram na divisão de honra, disputada pelos times profissionais, nunca desceram mais do que o terceiro lugar nas tabelas de campeonato, perdendo apenas para Grêmio e Inter", relembra.
Sedento por manter viva a história do time, Macchi passou a organizar encontros anuais para reunir jogadores, familiares e funcionários ainda vivos a partir dos anos 2000. Os eventos aconteciam na área da churrasqueira do seu escritório, espaço que ele mesmo transformou em um bar temático e que possuía uma área decorada especialmente com itens do Renner.
Foi durante a pandemia, com mais tempo disponível para se dedicar a projetos pessoais, que o arquiteto resolveu concretizar de fato um projeto que fosse capaz de resgatar a história do seu clube do coração. Em parceria com seu filho mais novo, criou a plataforma Renner Vive para publicar textos sobre a trajetória do clube. Esse compilado de conteúdos em breve vai se transformar em um livro, que traz ainda materiais inéditos sobre esse fenômeno futebolístico.
Além disso, Macchi recebeu da família do ex-goleiro Valdir de Morais, falecido no início de 2020, um rico acervo com registros de todas as etapas da sua trajetória como jogador. O atleta tinha o costume de recortar todas as notas que saíam no jornal sobre as partidas que jogava e, ainda por cima, anotava ao lado as condições do jogo, com observações e a escalação completa. Esse material, em conjunto com o restante das doações recebidas e com os objetos que já estavam no espaço, ganhou forma no Memorial G. E Renner - Espaço Valdir Joaquim de Morais.
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