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Cultura

- Publicada em 18 de Novembro de 2021 às 16:58

Compositora Luiza Hellena canta a própria vida em EP e documentário

Projeto 'Luiza Hellena: uma voz' chega às plataformas digitais no Dia da Consciência Negra

Projeto 'Luiza Hellena: uma voz' chega às plataformas digitais no Dia da Consciência Negra


DANIEL DE BEM/DIVULGAÇÃO/JC
Cantora e compositora de intensa presença na cena boêmia de Porto Alegre, Luiza Hellena é figura central de um EP e de um documentário musical, que serão lançados neste sábado (20), de forma a coincidir com o Dia da Consciência Negra. O projeto Luiza Hellena: uma voz traz parte da criatividade e da trajetória de vida da cantora de 76 anos, além de propor uma reflexão sobre a invisibilidade da mulher negra em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul.
Cantora e compositora de intensa presença na cena boêmia de Porto Alegre, Luiza Hellena é figura central de um EP e de um documentário musical, que serão lançados neste sábado (20), de forma a coincidir com o Dia da Consciência Negra. O projeto Luiza Hellena: uma voz traz parte da criatividade e da trajetória de vida da cantora de 76 anos, além de propor uma reflexão sobre a invisibilidade da mulher negra em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul.
Com produção e pesquisa de Paulinho Parada, o EP registra cinco sambas compostos por Luiza Hellena, que canta acompanhada de Alexandre Santos (violão de sete cordas), Azevedo Cabelinho (cavaco), Elias Barboza (bandolim), Maicon Paquetá (percussão) e Manoel Macedo (pandeiro). A obra estará disponível para audição nas plataformas digitais. Por sua vez, o documentário reúne depoimentos e canções escritas pela artista, e estará disponível gratuitamente na página de Paulinho Parada no YouTube. A câmera e montagem ficaram a cargo de Daniel de Bem.
Nascida em São Lourenço do Sul, Luiza Hellena migrou primeiro para Pelotas e, depois, para Porto Alegre, sempre carregando a paixão pela música consigo. Cantou em emissoras de rádio e compôs e interpretou diversas canções em bares e casas noturnas desde os anos 1970. Sua trajetória porém, foi marcada por preconceitos e injustiças: ela recorda que "tomava surras homéricas" por trabalhar com música (algo visto à época como coisa de "menina mal falada") e passou muitos anos sem poder exercer a arte, só retornando aos palcos depois de separar-se do então marido.
Seguindo o legado de Lupicínio Rodrigues, a compositora cria narrativas de desilusões amorosas em várias de suas canções, a partir de uma perspectiva feminina. Suas letras também trazem elementos autobiográficos, como em Aviso prévio, na qual se dirige ao companheiro e afirma estar cansada "das injustiças que você me fez", e Justiça, na qual celebra a chance de dar "um grito de independência".
Responsável pelo projeto, o músico e pesquisador Paulinho Parada veio a conhecer o trabalho de Luiza Hellena através de pesquisa etnomusicológica realizada na Ufrgs. Refletindo sobre os motivos que o faziam nunca ter tido conhecimento da carreira da cantora até então, Parada tomou a iniciativa de disparar a realização desses registros. Luiza Hellena: uma voz é, então, também um convite para que se pense sobre o lugar das musicistas, das cantoras, das mulheres negras e de artistas que estão no ostracismo e que vivenciam na pele as marcas de um mercado musical extremamente competitivo.
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