O diálogo expressivo entre corpo e natureza apresentado pelo Núcleo Imagem e Dança de Imbé (NIDI) em setembro, durante a mostra de videodanças do projeto Litorâneas – Femininos Possíveis em Dança, está ganhando o mundo. Executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas, realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, o projeto que abordou o universo feminino na sua diversidade em cenários do litoral norte do Rio Grande do Sul teve cinco trabalhos selecionados para três festivais internacionais e dois nacionais.
Gravado em Cidreira, O Reverso da Noite, com Tati Missel, integra a programação do Los Angeles Lift-Off Film Festival, por conta de sua seleção para o Lift-Off Global Network, do Reino Unido. Outros dois trabalhos, Deserto em Mim não Há, com Cora Ferraz, e Toda Força que Habita, com Syl Rodrigues irão ser apresentados no Festival Internacional Cámara Corporizada, de Buenos Aires (Argentina). O primeiro foi realizado nas dunas de Cidreira, e o segundo foi gravado em Maquiné.
Já O Avesso do Tempo, com Denise Brose; e Dos Silêncios que Não se Calam, com Renata Guimarães, gravados na lagoa da Fortaleza e em Santo Antônio da Patrulha, respectivamente, foram selecionados para a Mostra Internacional de Dança - Imagens em Movimento - Vídeo Dança, de São Paulo.
Além desses circuitos mundiais, Toda Força que Habita foi selecionado para o CineAlter 2021, em Santarém, um festival na região amazônica que destaca produções audiovisuais que tenham a questão socioambiental como foco. O feito em curto espaços de tempo é celebrado por profissionais envolvidos no projeto. "Estamos conseguindo mostrar a qualidade artística do que pode ser produzido na região (litorânea), que muitas vezes é vista apenas como um destino turístico de verão", enfatiza o diretor do NIDI, Marcelo Cabrera.
A também diretora e bailarina Tati Missel destaca que o Núcleo, além de movimentar uma importante cadeia produtiva gerando emprego e renda, está promovendo um valioso capital simbólico ao dar visibilidade à produção local de municípios como Tramandaí, Imbé, Cidreira, e Santo Antônio da Patrulha.
"A economia criativa é hoje um segmento que vem se projetando no cenário de desenvolvimento econômico e social e, quando associado a ações socioambientais, inclusivas e afirmativas, ganha ainda mais relevância", concorda o consultor artístico do projeto e co-fundador do NIDI, Airton Tomazzoni.