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Cultura

- Publicada em 24 de Agosto de 2021 às 20:17

Zé Caradípia relembra talento que corre pelas veias

Compositor gaúcho participa de show virtual nesta sexta-feira (27) na plataforma Cubo Play

Compositor gaúcho participa de show virtual nesta sexta-feira (27) na plataforma Cubo Play


ANDRESSA PUFAL/JC
Lara Moeller Nunes
Dono de uma carreira sólida e de uma preciosa coleção de composições, Zé Caradípia chega aos 65 anos de idade fazendo o que mais ama: música. O artista, que já rodou o Brasil e o mundo, participa agora de um espetáculo virtual organizado pela Cubo Play. O evento acontece nesta sexta-feira (27), às 21h, e conta ainda com a presença de ilustres convidados que, em algum momento, já cruzaram a trajetória musical do compositor. Os ingressos disponíveis custam R$ 15,00 e estão à venda através da plataforma que sedia o espetáculo.
Dono de uma carreira sólida e de uma preciosa coleção de composições, Zé Caradípia chega aos 65 anos de idade fazendo o que mais ama: música. O artista, que já rodou o Brasil e o mundo, participa agora de um espetáculo virtual organizado pela Cubo Play. O evento acontece nesta sexta-feira (27), às 21h, e conta ainda com a presença de ilustres convidados que, em algum momento, já cruzaram a trajetória musical do compositor. Os ingressos disponíveis custam R$ 15,00 e estão à venda através da plataforma que sedia o espetáculo.
Presente na cena do Estado há mais de 40 anos, o artista reúne em sua discografia a gravação de seis álbuns e dezenas de composições feitas de forma solo ou em parceria. Seu trabalho mais recente, um disco acústico com 15 faixas, foi lançado em 2019, pouco antes da pandemia de Covid-19 atingir o Brasil.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, ele conta que o talento corre em suas veias e atravessa gerações. "Nasci em uma família onde a música era abundante, tanto pelo lado da minha mãe quanto do meu pai. Meu avô e meus tios cantavam e participavam de pequenos grupos tocando violão, acordeon e violino. Minha paixão veio daí", explica.
A consolidação da Música Popular Gaúcha, na década de 1980, fez com que o período se tornasse especial na construção de sua trajetória profissional. Segundo Caradípia, três grandes acontecimentos marcaram sua carreira naquela época. O primeiro deles foi uma viagem ao Rio de Janeiro, sem dinheiro, para acompanhar uma amiga que queria se lançar no cenário musical. "Ela acabou desistindo e voltando para casa, eu fiquei lá. Passei muitas noites dormindo nos bancos da rodoviária até que fui acolhido por um taxista que, coincidentemente, também era compositor. Ele me ajudou profundamente e, juntos, fizemos muitas músicas e sambas bacanas."
A volta para Porto Alegre, três meses depois, também o surpreendeu com mais uma reviravolta que, ao que tudo indicava, viria para mudar o rumo de sua música. A convite de Armando Pittigliani, ingressou na famosa gravadora Polygram, da Phillips, que tinha em seu time artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia e Gal Costa. Apesar do contrato firmado, em dois anos nunca foi chamado para realizar nenhum trabalho.
A decepção e a frustração, no entanto, logo deram espaço ao entusiasmo do sucesso. Asa morena, uma de suas composições, foi gravada e eternizada na voz de Zizi Possi em 1982, dando espaço então para o seu tão sonhado reconhecimento nacional. "Isso serviu como norte para mim. Muitas portas se abriram na minha carreira a partir disso e, olhando hoje, acho que nem consegui aproveitar do jeito que deveria", conta ao relembrar do momento especial.
A produção, que entrou na lista das 100 canções mais queridas e amadas do Brasil no século, foi composta por ele em 5 minutos de puro brilhantismo. A inspiração veio de Asa branca, escrita por Luiz Gonzaga, o rei do baião, em 1947. "Estava vendo uma entrevista dele pela televisão e comecei a viajar em meus pensamentos. Por que não criar também uma Asa morena? Fiz de sopro sem pensar e a letra simplesmente surgiu naturalmente."
As diversas referências musicais usadas por ele ao longo dos processos criativos resultam na singularidade do seu trabalho. Transitando entre diferentes estilos, ele passa por ritmos como samba, blues e afoxé até chegar na Música Popular Gaúcha, gênero que agora ganha espaço dentro da plataforma Cubo Play com a transmissão do show Zé Caradípia e amigos.
O espetáculo virtual, conduzido por ele, surgiu através do convite dos produtores Carlos Caramez e Claudio Fagundes. Com um repertório de 12 canções, a apresentação conta ainda com a participação de artistas como Nelson Coelho de Castro, Loma, Márcio Celli, Gelson Oliveira e Elisa Furtado, sua filha. "Dividir o palco com alguém da família é extremamente prazeroso. Ela cantou junto comigo pela primeira vez aos nove anos e agora, com 27, iremos repetir a dose. Minhas expectativas para o show são as melhores possíveis."
Ao longo da pandemia, Caradípia teve a oportunidade de participar também de outras atividades no formato online. Fez lives musicais e produziu, ainda, a digitalização de uma fita cassete gravada com Galileu Arruda, agora disponível nas redes. Além disso, está desenvolvendo agora, em parceria com amigos, um trabalho que irá resultar em um CD e em um livro em homenagem ao jornalista Olavo Bilac e ao cantor Paulinho Pedra Azul.
O artista, em voz e violão, também é a atração do próximo Sarau do Solar, na quarta-feira (1). Em homenagem aos 100 anos do Palácio Piratini, o show Zé Caradípia - Acústico será transmitido ao vivo do Palácio, a partir das 18h, pela TV Assembleia e mídias sociais do Parlamento gaúcho.
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