Exibido no Festival de Veneza de 2020, Irmãos à italiana estreia nos cinemas brasileiros, incluindo Porto Alegre, nesta quinta-feira (22). Se equilibrando em uma dicotomia entre drama familiar e memórias de infância, representando um mergulho profundo e, até certo ponto, autobiográfico no subconsciente do diretor Claudio Noce.
O longa é ambientado na Roma dos anos 1970, e tem como personagem principal Valerio (Mattia Garaci), um garoto de 10 anos e imaginação fértil. Sua vida de criança vira de cabeça para baixo quando ele testemunha um atentado terrorista contra seu pai Alfonso (Pierfrancesco Favino, premiado como Melhor Ator em Veneza por seu desempenho no papel). Desde então, o medo e uma sensação de vulnerabilidade marcam dramaticamente os sentimentos de toda a família.
Mas é justamente nesses dias difíceis que Valerio conhece Christian (Francesco Gheghi), um menino um pouco mais velho que ele, solitário, rebelde e ousado. Esse encontro, em um verão repleto de descobertas, mudará suas vidas para sempre.
"Fiz este filme enquanto lutava uma batalha interna", explica o diretor de Irmãos à italiana. "Por um lado, lutei com meu passado enquanto trabalhava no lado autobiográfico da história, que estava intimamente conectado com minhas próprias memórias. Por outro, me sentia livre para explorar a amizade e os relacionamentos em um nível mais imparcial. Apesar dessa separação, os dois reinos compartilham o mesmo esforço investigativo". O pai de Claudio Noce era vice-diretor da polícia de Roma, e foi alvo de um atentado nesta época, conhecida na Itália como 'os anos de chumbo'.