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Cultura

- Publicada em 19 de Julho de 2021 às 19:44

Violonista gaúcho está de malas prontas rumo ao sucesso

Eduardo Gutterres irá para Nova York cursar mestrado na Manhattan School of Music

Eduardo Gutterres irá para Nova York cursar mestrado na Manhattan School of Music


BRUNO DOS ANJOS/DIVULGAÇÃO/JC
Lara Moeller Nunes
Entusiasta da música desde que "se entende por gente", Eduardo Gutterres jamais imaginou que a prática seria capaz de lhe oferecer tantas oportunidades no âmbito profissional e pessoal. De malas prontas, o jovem violonista de 24 anos se prepara agora para realizar um dos seus maiores sonhos: fazer mestrado na Manhattan School of Music (Nova York), uma das maiores instituições do mundo na área.
Entusiasta da música desde que "se entende por gente", Eduardo Gutterres jamais imaginou que a prática seria capaz de lhe oferecer tantas oportunidades no âmbito profissional e pessoal. De malas prontas, o jovem violonista de 24 anos se prepara agora para realizar um dos seus maiores sonhos: fazer mestrado na Manhattan School of Music (Nova York), uma das maiores instituições do mundo na área.
Apaixonado pelo o que faz, seu primeiro contato concreto com o universo musical foi durante a infância, aos sete anos. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o artista contou que, mesmo pequeno, já sabia que de alguma forma levava jeito para isso. "Sempre gostei de cantar, batucar e ouvir melodias. Conseguia imitar direitinho os sons que escutava na televisão e em gravações de shows", conta ele. Vendo o interesse e a habilidade do filho, Simone Lerner, mãe de Gutterres, decidiu inscrever o pequeno no Prelúdio, um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que trabalha o ensino de música com crianças.
Estudou durante três anos a flauta doce, mas, depois de certa idade, decidiu que queria mudar para o violão, seu instrumento de trabalho até hoje. O desejo da troca foi motivado inicialmente pela vontade de aprender as músicas que costumava escutar com seus amigos na escola, para assim tocar com eles em rodas descontraídas. Suas aulas, porém, eram mais focadas no violão clássico. "Eu era muito dedicado aos estudos, ficava muito tempo pesquisando e me aprofundando, mas sempre busquei levar juntos os dois estilos que eu curtia, sem deixar nenhum de lado. Sou eclético, e essa diversidade me faz bem."
A época de vestibular veio para firmar ainda mais seu amor e seu interesse pela área. Aos 17 anos, terminou o colégio e ingressou na Ufrgs para cursar bacharelado em Música. O ambiente acadêmico proporcionou a ele inúmeras oportunidades de tocar e conhecer importantes nomes do meio. "Além disso, pude lecionar em cursos da universidade abertos para a comunidade. Essa experiência me fez aprender muito, e me descobri apaixonado pela área da educação também", conta Guterres.
Dois de seus professores, Paulo Inda e Daniel Wolff, foram peças fundamentais no incentivo ao mestrado no exterior, mesmo que indiretamente, pois ambos estudaram na mesma instituição que, agora, irá receber o violonista. "Eles sempre falavam de lá, mas na época eu achava muito distante de mim, que era algo para pessoas mais experientes e que não eu não conseguiria chegar lá", relata.
Em 2019, já formado, se inscreveu em um edital para concorrer a uma bolsa promovida pela Sociedade Cultura Artística de São Paulo, a Bolsa Magda Tagliaferro, que selecionaria 12 jovens músicos para serem patrocinados pelo programa. A aprovação no projeto resultou em uma drástica mudança em sua vida. Morou durante um ano e meio no estado paulista com apoio da instituição, vivenciando uma realidade cheia de oportunidades para crescer ainda mais dentro do meio.
Além de ter aulas com os maiores professores de violão do mundo, o artista também ganhou um curso de inglês para ajudar na preparação do processo seletivo de mestrado nos Estados Unidos. "Foram incentivos essenciais para que eu conseguisse chegar onde estou agora: aprovado com bolsa-mérito de quase 90% na Manhattan School of Music. Foi a maior recompensa que eu poderia receber por todas as horas de dedicação", conta emocionado.
A breve passagem por solo norte-americano, durante o processo de provas presenciais, também proporcionou a ele mais uma experiência inesquecível: a convite de uma amiga, apresentou um concerto inteiramente dedicado a música brasileira. "Estando em outro país, mesmo que por pouco tempo, pude perceber o quanto nossa música é diferenciada e especial. Os estrangeiros amam, tentam tocar e não conseguem. Não sei explicar qual é esse tempero e esse ritmo único que tem nas nossas composições, mas é um tesouro." A data prevista para o início do curso era setembro de 2020, mas por conta da pandemia, Eduardo optou por adiar um ano e começar em setembro de 2021. O músico se prepara para, em menos de dois meses, se mudar para Nova York e começar os estudos.
O violonista, agora patrocinado pela marca norte-americana de cordas Augustine Strings, diz que quer aproveitar muito o momento que está vivendo, dentro e fora dos palcos, mostrando sua música para outras pessoas e desfrutando novas culturas. Além disso, ele revela ainda o desejo gigantesco de, em algum momento futuro, voltar para o Brasil para lecionar música. "Isso eu quero fazer no meu País", finaliza Gutterres.
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