Está aberta no Paço dos Açorianos (Praça Montevidéu, 10) a exposição A arte pode ser eu?, que exibe o conjunto de obras doadas para a Pinacoteca Aldo Locatelli pelo advogado, executivo, gestor e colecionador Luiz Inácio de Medeiros. A variedade de estilos apresentados na mostra chama atenção. São nove gravuras, três desenhos, duas pinturas, duas esculturas e uma tapeçaria de grande dimensão.
As obras de arte são assinadas por brasileiros, argentinos, poloneses, japoneses, franceses e por um húngaro naturalizado norte-americano. Luiz Inácio tinha interesse nas diferentes linguagens, estilos, técnicas e temáticas. Seu olhar apurado apreendeu novas informações estéticas e as trouxe à cidade natal, sem nunca descuidar do que era produzido em Porto Alegre, onde permaneceu até o final da vida.
Datadas do século XIX até 2003, os materiais transitam do figurativo de matriz expressionista, como a pintura de Maria Lídia Magliani ou o desenho de Babinski, até peças abstratas, como a gravura de Lapinski ou a tapeçaria de Carla Obino. Artistas como João Luiz Roth, Plínio Bernhardt e Carla Obino também fazem parte da coleção.
Informado pelas mais diversas tendências internacionais, Luiz Inácio não perdeu a conexão com os novos artistas gaúchos, os quais estimulava com suas aquisições. Falecido no início deste ano, ele teve atuação fundamental na consolidação do campo museal do Estado, tendo sido o primeiro museólogo registrado no Conselho Regional de Museologia e, também, o primeiro presidente.