Nesta segunda-feira (28), às 19h, ocorre a live
Josué Guimarães: arquivos e crítica genética. É possível acompanhar pelo
YouTube e também pelo Facebook. A professora Márcia Ivana Lima e Silva (Ufrgs) adentrará na bibliografia do autor a partir dos registros dos processos de origem dos textos literários do escritor e seus arquivos, deixando, em pauta, a crítica genética e a literatura feita no Estado. Os rumos de criação, as variantes do texto no processo criativo do autor, seus arquivos, memórias, o estudo dos rascunhos e apontamentos prévios à publicação das obras e a literatura feita no Rio Grande do Sul serão alguns dos assuntos tratados na live.
A mediação será feita pelo professor Miguel Rettenmaier (UPF), que é também coordenador do Acervo Literário do Autor (ALJOG/UPF), onde estão inúmeros registros textuais de Josué Guimarães. “O autor de Camilo Mortágua embarcou contra as tormentas da história do século XX, cheio de catástrofes políticas. Sua vida, assim, é em si uma existência romanesca ou, se quisermos, uma trilha quixotesca, em luta contra injustiças e sofrendo as dores de sua luta”, ressalta Rettenmaier.
Nascido no interior do Rio Grande do Sul, em São Jerônimo, em 7 de janeiro de 1921, Josué Guimarães foi jornalista, escritor, político e formador de leitores. Um cronista de muitos pseudônimos. Usou desde de Dom Xicote a D. Camilo para descrever os momentos e as injustiças da sua época. Josué não acompanhou as transformações históricas, econômicas, culturais e sociais das últimas décadas, mas as suas obras mantêm uma atualidade sem igual.
Uma das temáticas da live de hoje será a crítica genética, uma linha teórica que se propõe a “mapear” o possível percurso da escritura de um autor a partir da análise de rasuras, anotações, emendas, rascunhos e variantes produzidos por um autor enquanto esse produz sua obra. Essa perspectiva de análise será dada sobre a vida e a obra de Josué Guimarães, a forma como essas modificações podem configurar a criação do texto, como o espaço onde o escritor se depara com as alternativas e os desafios próprios ao processo criativo. Tendo em mãos os diferentes documentos deixados pelos artistas ao longo do processo, por meio da crítica genética pode-se tecer relações entre os dados neles contidos para buscar refazer e compreender os caminhos do pensamento do autor.