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Cultura

- Publicada em 30 de Maio de 2021 às 18:52

Porto Verão Alegre: do palco para as telas

Que raio de professora sou eu?, com Heloísa Palaoro, é uma adaptação do livro de Fanny Abramovich

Que raio de professora sou eu?, com Heloísa Palaoro, é uma adaptação do livro de Fanny Abramovich


/JOÃO RICARDO/DIVULGAÇÃO/JC
Lara Moeller Nunes
Em formato totalmente online, o 22º Porto Verão Alegre muda de estação e estreia nova edição pouco antes do inverno. O evento, que começou no último sábado, vai até o dia 22 de junho, com uma programação recheada de espetáculos virtuais. Ao todo, serão 25 montagens transmitidas através da plataforma ShowIn. O conceito do festival em 2021, liderado pelos atores e produtores Rogério Beretta e Zé Victor Castiel, é 22 anos presente.
Em formato totalmente online, o 22º Porto Verão Alegre muda de estação e estreia nova edição pouco antes do inverno. O evento, que começou no último sábado, vai até o dia 22 de junho, com uma programação recheada de espetáculos virtuais. Ao todo, serão 25 montagens transmitidas através da plataforma ShowIn. O conceito do festival em 2021, liderado pelos atores e produtores Rogério Beretta e Zé Victor Castiel, é 22 anos presente.
As ruas vazias durante os meses de veraneio na cidade de Porto Alegre serviram como inspiração para a criação do evento em 1999. Na época, o objetivo era movimentar a cultura local e ocupar os teatros da cidade em um período no ano muito pouco aproveitado. Hoje, mais de duas décadas depois, a falta de circulação de pessoas pela capital gaúcha acontece por outro motivo, muito mais triste, grave e preocupante.
Sem expectativas de uma normalização no cenário pandêmico, o Porto Verão Alegre foi adaptado para que pudesse acontecer de maneira 100% online. Todas as imagens dos espetáculos estão sendo captadas nos palcos do Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa e do Theatro São Pedro, e são transmitidas posteriormente para o público, sem cortes e edições, com o intuito de preservar a essência das performances presenciais no teatro.
Neste ano, seis montagens irão estrear no festival: A espessura da vida, Curiosa mente, De profundis - epistola em carcere et vinculis, Preta no branco - o show, Protocolo sexual pandêmico e Com amor - Chico Xavier. A primeira semana conta ainda com a apresentação das peças Rainhas da noite, Os males do fumo, Goela abaixo ou por que tu não bebes? e Alta terapia - a comédia da felicidade, disponíveis em horários alternativos.
A veterana Que raio de professora sou eu? tem sua primeira exibição da edição amanhã, em três diferentes sessões: às 18h, às 20h e às 22h. Dirigida pelo uruguaio Néstor Monasterio, a peça de comédia é apresentada em formato de monólogo. Nela, Laura, professora de História, reflete sobre sua vida e sobre a sua condição de educadora. Ela não é apresentada como uma profissional excepcional, mas sim como alguém comum com quem a plateia consegue se identificar.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, Monasterio falou sobre a valorização do professor em tempos onde se tenta limitar essa ocupação: "Existem muitos espetáculos para os alunos, mas para os professores, não. A educação, assim como a arte, são muito perigosas. Um povo educado é um povo que pensa, e isso é um perigo para quem quer determinar os sistemas políticos".
Sobre a participação no evento, o diretor diz estar muito feliz e realizado pelo retorno. "Entrei pela primeira vez depois de muito tempo no Theatro São Pedro e é muito emocionante voltar. Me apresentava lá desde a reinauguração em 1984, e é uma segunda casa para mim. Poder voltar para o palco, sentir o cheiro de tábua e ver as poltronas, mesmo que vazias, é muito bom", relata, emocionado.
Para ele, a maior diferença na nova configuração é que a ansiedade e a correria não são tão intensas como antigamente. "Com público presencial, a adrenalina é muito maior. Tudo precisa estar perfeito e nada pode falhar, não se tem segunda chance", explica.
Apesar da falta de plateia, a expectativa é de que o novo formato permita atingir ainda mais pessoas, que agora não dependem do fator da localidade para acompanhar as produções. Monasterio, que também dirige as peças Sex-teto, Pq casamos? e Homens de perto, salienta uma certa efemeridade no teatro: "Ele desaparece logo depois que acontece, e agora vai ficar gravado e registrado para ser visto novamente".
Os ingressos para assistir aos 25 espetáculos na plataforma ShowIn custam R$ 9,90 e estão disponíveis no site do festival. Diversas sessões serão oferecidas com tradução em Libras ou com audiodescrição. Além disso, o novo formato também contará com atrações gratuitas que podem ser conferidas nas redes sociais do evento. Entre elas, lives semanais com discussões sobre a produção artística no atual cenário e programação infantil.
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