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Cultura

- Publicada em 19 de Maio de 2021 às 03:00

Mostra de Cinema Árabe Feminino começa nesta quarta-feira

Moufida Tlatli, diretora tunisiana que faleceu de Covid-19, é homenageada pelo evento

Moufida Tlatli, diretora tunisiana que faleceu de Covid-19, é homenageada pelo evento


CCBB/DIVULGAÇÃO/JC
Começa nesta quarta-feira (19) a 2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, com mais de 40 filmes dirigidos por mulheres exibidos virtualmente no site www.cinemaarabefeminino.com. A edição é 100% online e gratuita, até 27 de junho, acessível na maior parte do mundo.
Começa nesta quarta-feira (19) a 2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, com mais de 40 filmes dirigidos por mulheres exibidos virtualmente no site www.cinemaarabefeminino.com. A edição é 100% online e gratuita, até 27 de junho, acessível na maior parte do mundo.
A seleção - com títulos de diversos formatos e gêneros - curtas, médias e longas de ficção e documentários - vai trazer à tona a multiplicidade dessas cinematografias através de filmes realizados por mulheres em países como Egito, Líbano, Palestina, Sudão. 
A programação inclui debates como o desta quarta-feira, às 16h, sobre o filme Os silêncios do Palácio, com a pesquisadora e cineasta Viola Shafik e Analu Bambirra, uma das curadoras da Mostra. O papo acontece no canal do YouTube do evento.
Haverá ainda uma masterclass com a diretora palestina Larissa Sansour, conhecida pelas obras de ficção científica; um tributo para a diretora libanesa Jocelyne Saab (1948-2019), ex-repórter de guerra que realizou dezenas de filmes ao longo de sua carreira; e uma homenagem para a diretora tunisiana Moufida Tlatli (1947-2021), a primeira mulher árabe a dirigir um longa, que faleceu neste ano em decorrência da Covid-19.
Lançado em 1994, Os silêncios do Palácio investiga questões de gênero, classe e sexualidade no mundo árabe através da vida de duas gerações de mulheres. Na trama, Alia é a filha de uma bela serva do palácio do Rei, durante a colonização francesa da Tunísia. Já adulta, ela recebe a notícia de que o príncipe morreu e resolve largar o marido para retornar ao palácio onde cresceu. Lá, Alia relembra toda violência que ela e a mãe sofreram, enquanto tenta reconstruir sua relação com Sarra, a filha do príncipe, com quem viveu um amor proibido.
Nascida em Sidi Bou Said em 1947, Tlatli estudou cinema em Paris nos anos de 1960. Quando retornou à Tunísia, trabalhou como montadora em dezenas de filmes, incluindo Aziza (1980), de Abdellatif Ben Ammar, e Andarilho do deserto (1984), de Nacer Khemir. Sua estreia na direção foi justamente com Os silêncios do Palácio, lançado em 1994 e selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Depois de receber uma menção especial no evento francês, o longa também ganhou o Prêmio da Crítica Internacional em Toronto.
 
Tlatli também escreveu e dirigiu mais dois longas: Tempo de espera (2000), selecionado para a mostra Um Certo Olhar de Cannes, e Nadia et Sarra (2004). A diretora foi ainda ministra da Cultura da Tunísia por um breve período, no governo de transição montado após à queda do presidente Zine El Abidine Ben Ali, em 2011.
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