Coordenado pelos psicanalistas Ângela Lângaro Becker e Edson Luiz André de Sousa, o seminário Corpo (en)Cena, do Instituto Appoa, aborda neste sábado (8), às 10h30min, o monólogo A peste. A performance do ator Pedro Osório traz à cena, sob o signo da miséria moral que se instala em uma sociedade, um recorte do romance de Albert Camus, que trata da história de uma cidade no litoral da Argélia, infestada por ratos e devastada por um mal súbito, que dizimou a população.
O médico Bernard Rieux se dirige ao público, após passar um ano preso lutando contra o bacilo da peste, expressando, em metáfora amplificada dos males da Segunda Guerra, especificamente da ocupação da França pelos nazistas, o flagelo de uma civilização contemporânea assolada pela miséria moral. O espetáculo tem direção de Vera Holtz e Guilherme Leme.
De acordo com Pedro Osório, o texto é como uma “vacina que nos ajuda a enxergar através de uma tragédia ficcional na nossa sociedade hoje”. “Assim podemos impedir e não sucumbir”, diz. O ator é graduado pela Faculdade CAL (Casa de Arte de Laranjeiras). No cinema, participou do filme de Nelson Rodrigues Ninguém ama ninguém por mais de dois anos. Atuou em vários espetáculos de teatro, entre eles Da vida das marionetes, de Ingmar Bergman; Maria Stuart, de Schiller; Werther, de Goethe; Circo de rins e fígado, texto e direção de Gerald Thomas; e Laranja Mecânica, de Anthony Burgess.
Após a encenação, a convidada Julia Alexim (advogada, mestranda em Memória Social pela Unirio e especialista em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa) participará de uma conversa com os participantes. Os ingressos são gratuitos pelo Sympla, mas, em razão da extrema dificuldade pela qual passa a classe artística nesta pandemia, é sugerida uma contribuição espontânea para o ator - PIX celular (21) 99998-5276.