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Cultura

- Publicada em 28 de Abril de 2021 às 19:31

Moda e alta costura na Fundação Iberê Camargo a partir deste sábado

'O fabuloso universo de Tomo Koizumi' é primeira exposição solo do artista fora do Japão

'O fabuloso universo de Tomo Koizumi' é primeira exposição solo do artista fora do Japão


ALISSON LOUBACK/DIVULGAÇÃO/JC
Roberta Requia
Inaugurando o Departamento de Moda, Design e Arquitetura da Fundação Iberê Camargo (FIC), três exposições inéditas na casa compõem o novo conjunto de exibições na reabertura do local, após um período fechado por conta das diretrizes da bandeira preta no Rio Grande do Sul. O grande e excêntrico destaque é a mostra O fabuloso universo de Tomo Koizumi, exposição itinerante da Japan House, de São Paulo, que traz para Porto Alegre 13 vestidos do estilista japonês de 32 anos que, desde 2016, vem consolidando seu trabalho dentro do mercado internacional de alta costura. Nomes como Lady Gaga, Miley Cirus, Millie Bobby Brown (Stranger Things) e Gwendoline Christie (Game of Thrones) já vestiram seus looks.
Inaugurando o Departamento de Moda, Design e Arquitetura da Fundação Iberê Camargo (FIC), três exposições inéditas na casa compõem o novo conjunto de exibições na reabertura do local, após um período fechado por conta das diretrizes da bandeira preta no Rio Grande do Sul. O grande e excêntrico destaque é a mostra O fabuloso universo de Tomo Koizumi, exposição itinerante da Japan House, de São Paulo, que traz para Porto Alegre 13 vestidos do estilista japonês de 32 anos que, desde 2016, vem consolidando seu trabalho dentro do mercado internacional de alta costura. Nomes como Lady Gaga, Miley Cirus, Millie Bobby Brown (Stranger Things) e Gwendoline Christie (Game of Thrones) já vestiram seus looks.
Formado em artes plásticas, Tomo apaixonou-se pela moda quando ainda era um adolescente. Em entrevista ao Jornal do Comércio, mediada pela FIC e pela Japan House, o estilista conta que, aos 14 anos, viu pela primeira vez a coleção de alta costura de John Galliano, da Dior, e apaixonou-se instantaneamente: "A partir daí meu único objetivo era trabalhar dentro do mundo da moda. Eu tinha interesse em fotografia voltada para moda e em ser estilista. Para isso, pensei que seria necessário aprender coisas além da moda, por isso entrei na faculdade de artes plásticas. Isso tem sido muito útil agora".
Seu trabalho se destaca pelo volume, cor e textura vibrante das peças. As produções são únicas e produzidas com 50m a 200m do tecido organza japonesa, cada um, representando assim seu universo cheio de referências às artes tradicionais e à cultura pop japonesa. "Inicialmente, faço o desenho da peça, mas muitas vezes o design muda durante sua produção. Boas surpresas são sempre bem-vindas, afinal o meu objetivo é mostrar a mais bela peça possível no resultado final", explica.
Nascido e criado no Japão, Tomo criou sua marca "Tomo Koizumi" quando ainda era estudante universitário. Seu trabalho foi descoberto pelo dono de uma loja de varejo que ficou encantado com as extravagantes peças desenvolvidas pelo jovem. O momento em que ele percebeu que "havia chegado lá" aconteceu em 2016, quando a estrela pop Lady Gaga, conhecida por sua excentricidade na moda, vestiu uma de suas peças durante uma visita ao Japão: um longo vestido branco acompanhado de uma echarpe cinza. "Com certeza, foi o momento em que pensei que havia chegado lá. Foi antes de fazer o desfile de moda, então fiquei muito feliz".
Seu primeiro desfile também fora uma grande surpresa, tanto para o mundo da moda quanto para ele mesmo. No final de 2018, Tomo recebeu uma mensagem da estilista e jornalista Katie Grand, então editora-chefe da revista inglesa Love, que estava completamente fascinada por seu trabalho.
O show estava orquestrado. Katiem com o apoio do grande estilista da alta costura Marc Jacobs, organizou um grande desfile para Tomo na Fashion Week de Nova York, a perfeita oportunidade para lançar sua descoberta no cenário internacional da moda. A lista de convidados foi conhecida um dia antes do evento, que teve uma enorme repercussão, tanto no mercado internacional da moda quanto nas redes sociais. Em uma loja de Jacobs na Madison Avenue, o desfile contou com modelos como Bella Hadid, Joan Smalls, Karen Elson e Emily Ratajkowski no casting.
A exposição da Japan House, que agora chega na Fundação Iberê Camargo, é a primeira mostra solo do estilista fora do Japão. Das 13 peças que compõem o conjunto, três delas foram feitas especialmente para a ocasião: vestidos exclusivos que mesclam referências do Carnaval aos tradicionais quimonos japoneses. "Minhas inspirações iniciais foram a mistura da fantasia de samba brasileira e o "obi" (faixa) dos quimonos japoneses. Eu almejei algo colorido, que pudesse ser divertido e belo logo à primeira vista. Acredito que o resultado final ficou mais belo do que quando desenhei", revela Tomo à reportagem. "É a melhor exposição possível, repleta de todos os elementos do meu design. Ficaria muito feliz se quem a visitasse se sentisse alegre e se divertisse".
O fabuloso universo de Tomo Koizumi entra em cartaz neste sábado (1) e permanece na FIC até 4 de julho. As visitas devem ser agendadas pela plataforma Sympla; e os ingressos custam de R$ 20,00 a R$ 70,00 - sendo que o valor mais alto inclui duas entradas, catálogo da exposição e mais estacionamento. O local está funcionando de sexta-feira a domingo, das 14h às 18h (horário da última sessão), sendo permitido no máximo seis pessoas por horário.
Quem visitar a Fundação nesse período também conhecerá um pouco do caminho de Iberê Camargo pelo mundo da moda. Em diálogo com os vestidos de Tomo, a mostra Modelar no tempo: Iberê e a moda apresenta, como uma pesquisa em andamento, oito estudos de figurinos, em guache, para o balé As Icamiabas (1959), outros seis estudos para a série Manequins e reproduções de fotos, jornais e editoriais de moda para revistas. A seleção é complementada por um conjunto de vestido e bolero com a primeira estampa assinada por Iberê, em 1963, para a empresa francesa de fibras sintéticas Rhodia, e que pertenceu a Maria Coussirat Camargo, esposa do artista.
A outra mostra é O gesto crispado, do paulistano Arnaldo de Melo, que ficará no terceiro andar até 25 de julho. Até esta mesma data, permanece no Átrio da FIC (Padre Cacique, 2.000), a primeira individual de Eduardo Haesbaert na instituição, com uma homenagem ao seu melhor amigo, o pintor Gelson Radaelli, falecido recentemente.
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