Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

- Publicada em 26 de Janeiro de 2021 às 20:44

Nelson Diniz aproveitou quarentena para criar mini esculturas com material reciclado

Longe dos palcos há quase um ano, ator passou a produzir miniaturas que retratam cenas do cotidiano pandêmico

Longe dos palcos há quase um ano, ator passou a produzir miniaturas que retratam cenas do cotidiano pandêmico


fotos: NELSON DINIZ/DIVULGAÇÃO/JC
Roberta Requia
Assim como o ditado popular diz que "a vida encontra um jeito", a arte também procura uma maneira de se expressar através dos olhos, pensamentos e mãos de artistas que precisam dela para sobreviver. Isolado em seu lar e longe dos palcos desde março de 2020, o ator Nelson Diniz, de 57 anos, passou a desenvolver mini esculturas durante o isolamento. São miniaturas de cômodos de casa, quartos, corredores, palcos e até janelas abertas que guardam rostos que visualizam o mundo pandêmico.
Assim como o ditado popular diz que "a vida encontra um jeito", a arte também procura uma maneira de se expressar através dos olhos, pensamentos e mãos de artistas que precisam dela para sobreviver. Isolado em seu lar e longe dos palcos desde março de 2020, o ator Nelson Diniz, de 57 anos, passou a desenvolver mini esculturas durante o isolamento. São miniaturas de cômodos de casa, quartos, corredores, palcos e até janelas abertas que guardam rostos que visualizam o mundo pandêmico.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, Diniz conta que começou a produzir as miniaturas ainda em abril, "quando o vírus decidiu por nós que precisaríamos ficar em casa". Uma peculiaridade dos objetos, é que todos eles são produzidos com materiais reciclados, lixo seco que geralmente é descartado, sem nenhuma utilidade. Tampinhas de garrafa de suco, embalagens de remédio, caixinhas de fósforo e uma infinidade de pequenos objetos, "quinquilharias" guardadas em gavetas e armários esquecidos dentro de casa.
A primeira escultura de sua coleção remete uma figura humana, feita de embalagens vazias de comprimidos, que observa de dentro da janela com pavor o que acontece no mundo exterior. "Foi a primeira que saiu, e então comecei a achar que aquilo podia render. Simplesmente começou a vir e passou a ser uma terapia nesse sentido de você tentar compreender tudo isso que está acontecendo, preso em casa por razões de necessidade. Isso me serviu muito para sentir que estava relaxando, ao mesmo tempo que produzindo e trabalhando."
Além de servir como uma terapia, ele também relata que as esculturas se relacionam diretamente com sua vida e com sentimentos a serem expressos através da arte: "Todas elas sem exceção têm uma relação muito direta com o que a gente tá vivendo. Elas têm algum motivo, alguma coisa em relação ao que o mundo está vivendo nesse último ano. Elas partiram desse mote, o menino de comprimidos na janela já faz parte disso. Depois desencadeou outras coisas, várias temáticas, mas todas relacionadas à solidão. Também tem camarins, objetos relacionados à profissão do artista, cenários de espetáculos, alguma cena pontual que você já olhando entende que se trata do isolamento. A inspiração vai mais ou menos por aí, no sentido de também relacionar com o que a gente tá vivendo", explica Nelson Diniz.
Ele também fala sobre o processo de desconstrução e descontextualização das peças que usa para suas miniaturas: "Você usa uma tampinha e pensa que aquilo pode ser uma cadeira, uma poltrona, dentro desse mote de descontextualizar o objeto e criar uma outra coisa. O resto é imaginação. Olhar e viajar. Tu podes não ver as mesmas coisas que eu vejo, mas tu vais ver alguma outra coisa".
Um mini documentário com imagens das pequenas esculturas foi exibido e projetado em prédios da Capital durante o Porto Alegre em Cena de 2020. O projeto teve direção e montagem de Guilherme Carravetta de Carli e nomes como Simone Rasslan e Álvaro RosaCosta na trilha sonora.
Intitulado O olhar do artista não descansa, o vídeo arte foi contemplado com outras três produções no festival. Agora, o material será utilizado no novo projeto da Cia. Incomode-te: "O próximo trabalho da companhia se chama Edifício Cristal. É uma espécie de instalação onde terá a estrutura de uma cristaleira e você conseguirá ouvir, através de fones de ouvido, 11 histórias de pequenos apartamentos que estarão nessa cristaleira. Três esculturas minhas (um corredor, um banheiro e uma porta) estarão ali presentes, dessas que fiz ao longo do tempo. As outras foram construídas recentemente". A montagem tem produção de Leticia Viera, da Primeira Fila Produções, com realização da Cia. Incomode-te.
Dezenas de fotos das 39 mini esculturas estão disponibilizadas na página do Facebook do ator.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO