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ACONTECE

- Publicada em 29 de Outubro de 2020 às 21:29

Virada Sustentável leva intervenção 'Fauna guarani' à Redenção

Mitologia Mbya-guarani inspira réplicas em grande formato do artista Xadalu

Mitologia Mbya-guarani inspira réplicas em grande formato do artista Xadalu


TIAGO BORTOLINI/DIVULGAÇÃO/JC
Prestes a embarcar para uma residência artística na França, em 2021, o artista Xadalu Tupã Jekupé mostra na Virada Sustentável Porto Alegre 2020 uma de suas obras mais recentes. Com Fauna guarani, a mitologia Mbya-Guarani ganha espaço na Redenção neste sábado (31) e domingo (1), com réplicas de 5 metros de altura do jaguaretê (onça-pintada) e da coruja.
Prestes a embarcar para uma residência artística na França, em 2021, o artista Xadalu Tupã Jekupé mostra na Virada Sustentável Porto Alegre 2020 uma de suas obras mais recentes. Com Fauna guarani, a mitologia Mbya-Guarani ganha espaço na Redenção neste sábado (31) e domingo (1), com réplicas de 5 metros de altura do jaguaretê (onça-pintada) e da coruja.
A instalação é um dos resultados de mais de uma década de incursão do artista com a cultura de comunidades indígenas. Além dela, mais quatro intervenções colocarão arte no mapa da Capital para refletir sobre temas como sustentabilidade, futuro e aquecimento global durante a Virada Sustentável, que será realizada até 22 de novembro, adequada às novas práticas trazidas pela pandemia de Covid-19.
“Nesse momento no qual estamos saindo da pandemia, vejo (a obra) como um teste para observar se as pessoas melhoraram um pouco na relação com esta cultura que é tão invisível, não só a dos guarani, mas também dos quilombolas, e o olhar aos mais vulneráveis, os que mais sofreram nos últimos meses”, afirma o artista.
Fauna guarani é uma criação realizada a partir da escuta de relatos orais, da observação de rituais cotidianos e do envolvimento do artista em práticas diárias em aldeias Mbya-Guarani. Plantas e animais são considerados entidades fundamentais para o povo indígena, exercendo um papel mágico, relacionado à sobrevivência.

Instalação próxima à rótula da Ufrgs permanece no local até domingo (1)

Instalação próxima à rótula da Ufrgs permanece no local até domingo (1)


GUSTAVO GRANATA/DIVULGAÇÃO/JC
O artesanato é uma das principais formas de se repassar aos jovens a importância da fauna e flora. Esculturas de madeira em miniatura produzidas nas aldeias costumam ser levadas para serem vendidas pelos Mbya nos centros urbanos.Na obra de Xadalu Tupã Jekupé, essas formas escultóricas ganham as paredes da cidade recriadas e com um tratamento gráfico característico da arte urbana, mostrando os contrastes sociais entre a cultura indígena e a cultura ocidental.
Artista visual urbano que transita entre intervenções nas ruas e exposições em museus, galerias e centros culturais, Xadalu tem uma produção diversificada que abrange desde colagens da sticker art a técnicas como serigrafia, pintura e fotografia. As questões indígenas acompanham seu trabalho desde o início da trajetória artística, nos anos 2000. As temporadas junto ao povo indígena Mbya-Guarani no Brasil e na Argentina podem ser consideradas suas residências artísticas, nas quais o processo de produção é desenvolvido de maneira colaborativa com os moradores desses territórios.
A próxima residência artística de Xadalu será realizada no Centre Intermondes, em La Rochelle, após ter vencido o Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea 2020. Devido à pandemia do novo coronavírus, a experiência, que deveria começar ainda neste ano, foi transferida para o início de 2021. Parte do trabalho desenvolvido por Xadalu na Europa deverá ser exposto no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.