Em homenagem aos seus 70 anos, a artista visual Mara Alvares ganha, a partir desta segunda-feira (26), uma exposição virtual que será apresentada nas redes sociais (
Facebook e
Instagram) da Coordenação de Artes Plásticas (CAP), da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre. Originalmente pensada para ocupar as galerias da Pinacoteca Ruben Berta, a mostra
Corpo que vibra foi adaptada para o contexto virtual.
A exposição é parte de uma série de homenagens à artista porto-alegrense de 70 anos que, na segunda metade da década de 1970, integrou o grupo Nervo Óptico. Mara também foi professora de pintura no Instituto de Artes da Ufrgs por mais de duas décadas, até sua aposentadoria, em 2009.
Ao longo de sua formação, estudou dança, pintura, gravura, fotografia, teatro-educação, artes gráficas e performance. Seus trabalhos podem ser encontrados nos acervos do Museu Nacional de Belas Artes, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo e na Fundação Vera Chaves Barcellos.
O projeto foi gestado ao longo de quase oito meses de confinamento e apresenta uma seleção de trabalhos realizados por Mara nos anos iniciais de suas investigações no campo das artes visuais. A mostra conta com pesquisa e curadoria de Mônica Hoff e integra um projeto maior que terá prosseguimento no próximo ano.
Para a curadora, Mara é uma das precursoras da performance em Porto Alegre, cujas experimentações realizadas principalmente nas décadas de 1970/1980 – em grande parte, inéditas até hoje - representam um pensamento e uma prática extremamente singulares no contexto das artes visuais. "A caminhada como performance, a gestualidade ambiental, a paisagem como detonante de processos, a música como recurso de deslocamento, a fotografia como componente central, a foto-performance como rito fictício, a dança como elemento lateral protagonista, o corpo, o objeto, o signo (foto)gráfico e o gesto conformam, ora a partir de uma concentração individual, ora através de uma construção coletiva, um corpo que documenta e revisa ideias, colecionando imagens incansavelmente. Sobretudo, um corpo que vibra”, afirma Mônica.