Um dos títulos mais importantes da carreira do escritor gaúcho Moacyr Scliar (1937-2011), O centauro no jardim completa 40 anos de lançamento em outubro. Para celebrar o marco, um quarteto de amigos, colegas e admiradores de Scliar se reúne de forma online nesta quarta-feira (21) para para debater o legado desse clássico que já foi considerado pelo National Yiddish Book Center, dos Estados Unidos, um dos cem melhores livros de temática judaica dos últimos 200 anos.
A conversa com a escritora Cíntia Moscovich, o professor Sergius Gonzaga e os jornalistas Cláudia Laitano e Túlio Milman ocorre às 20h, com transmissão ao vivo pela página oficial dedicada a Moacyr Scliar no
Facebook. Outros conteúdos e depoimentos sobre a obra também estarão disponíveis na rede social ao longo do mês, sob a coordenação de Judith Scliar, viúva do escritor.
Logo após ser lançado em outubro de 1980, O centauro no jardim já foi considerado um grande acontecimento na trajetória profissional de Scliar, recebendo, inclusive, o prestigiado prêmio de melhor romance pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Ao longo dos anos, também já foi leitura obrigatória do vestibular da Ufrgs e se tornou um dos livros mais populares do escritor no exterior, com traduções para países como Alemanha, Rússia, Suécia, Itália e Holanda.
“Acompanhei muito de perto a carreira literária do Moacyr e tive a honra de ser sempre a primeira leitora de seus trabalhos. Esse é um livro pelo qual ele tinha muito carinho, e realmente acho que Moacyr se tornou um escritor ainda maior com ele. Para mim, na época, a primeira leitura foi um verdadeiro impacto, e poder celebrar os 40 anos dessa obra tão importante, transmitindo esse debate sobre o livro para todo o Brasil, é motivo de muita alegria”, comenta Judith.
Ambientado no interior do Rio Grande do Sul, o enredo do romance acompanha o nascimento de um centauro, ser metade homem e metade cavalo, no círculo da pacata família Tratskovsky. Seu nome é Guedali, quarto filho de um casal de imigrantes judeus russos. A partir desse evento fantástico, Scliar constrói um romance que se situa entre a fábula e o realismo, evidenciando a dualidade da vida em sociedade, com um personagem que cresce solitário e excluído da sociedade.