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Cultura

- Publicada em 12 de Outubro de 2020 às 15:35

Audiodrama sobre migração venezuelana em Porto Alegre estreia no Spotify

Projeto foi produzido para o FAC Digital e é vinculado à pesquisa na Ufrgs

Projeto foi produzido para o FAC Digital e é vinculado à pesquisa na Ufrgs


CÔMICA CULTURAL/DIVULGAÇÃO/JC
Produzido para o FAC Digital e vinculado à pesquisa na Ufrgs, Voz para Cumaná: audiodrama criado a partir de depoimentos de venezuelanos refugiados no Sul do Brasil será lançado nesta terça-feira (13) no Spotify. Três episódios da série entram na plataforma de streaming musical.
Produzido para o FAC Digital e vinculado à pesquisa na Ufrgs, Voz para Cumaná: audiodrama criado a partir de depoimentos de venezuelanos refugiados no Sul do Brasil será lançado nesta terça-feira (13) no Spotify. Três episódios da série entram na plataforma de streaming musical.
Vinculado ao Departamento de Arte Dramática da universidade, o projeto dramatúrgico em formato de áudio foi realizado a partir da pesquisa de iniciação científica Do medo à resiliência: A construção de uma dramaturgia a partir de depoimentos de venezuelanos refugiados no sul do Brasil, do bolsista CNPq Gabriel Fontoura, sob orientação do professor Clóvis Dias Massa. O elenco é formado por, além de atores de Porto Alegre, imigrantes venezuelanos (não atores).
A proposta foi criar um Teatro de Testemunho em formato digital, através da História Oral, formas contemporâneas de teatros do real que enfatizam a presença de não profissionais no acontecimento teatral. O voluntariado realizado na AVESOL, com aulas de português com teatro para imigrantes, refugiados e apátridas frequentadores da ONG, oportunizou o encontro com Carlos Barrios, Jennifer Espitia e Pedro Bravo, os três venezuelanos que dão voz ao audiodrama. O processo migratório da Venezuela (atualmente o segundo país com maior índice de evasão) para o Brasil é compartilhado por esses três imigrantes, que, por meio de depoimentos, inspiraram a criação dos três episódios de Voz para Cumaná.
Aos 30 anos, Barrios deixou a cidade de Portuguesa, no interior da Venezuela, para buscar uma melhor qualidade de vida no Brasil. Com o dinheiro da venda do carro, Carlos iniciou a jornada em Caracas, passando por Puerto la Cruz e Bolívar. No dia 13 de setembro do ano passado, cruzou a fronteira entre a Venezuela e o Brasil caminhando. Carlos chegou a Porto Alegre no dia 15, esperando até o dia seguinte para receber acolhimento na Paróquia de Nossa Senhora da Pompeia.
Essa foi a primeira parte da corrida migratória vivenciada por ele. A segunda parte dessa história é compartilhada em Uma dia de fúria, a qual retrata a batalha pelo sustento na Capital. Quando encaminhou a solicitação do RG e percebeu que a data agendada era três meses mais tarde, ele ficou desesperado. Sem documento tampouco residência, depois de longas caminhadas e mais de 250 currículos distribuídos, conseguiu seu primeiro emprego em território brasileiro no dia 5 de dezembro de 2019. Sem carteira assinada. A burocracia, ainda que, segundo ele, uma das mais facilitadas para imigrantes venezuelanos na América do Sul, fez com que Barrios ficasse quase quatro meses sem documentação e, portanto, sem direitos.
Os 20 anos de trabalho na área da Saúde e o ensino superior não foram suficientes para que Pedro Rafael Lozada Bravo permanecesse na Venezuela. A vitória da família vinda do campo para a cidade e a conquista do diploma nas áreas de Saúde, Direito e Educação pelos seis irmãos não foram o bastante para viver no país.
Há pouco mais de três anos no Brasil, Lozada Bravo rememora a situação econômica da terra natal antes da morte de Hugo Chávez e da consequente posse, do até então vice-presidente, Nicolás Maduro: “Em 2007, a Venezuela ainda tinha muito potencial. A gente se dava bem”. Os escassos recursos fizeram com que o trajeto de Delta Amacuro até Porto Alegre fosse longo. Foram três dias em Pacaraima, quatro meses em Boa Vista e quase dois anos em Manaus. Com a esperança de uma vida justa e decente, ele galgou o próprio destino. E é essa história que ele narra no episódio Wake up ou como acordar para o amanhã.
Na voz de Jennifer Espitia, que deixou a Venezuela com o filho Santiago, a mãe, o pai, a irmã e o cunhado, é compartilhada Uma noite de arepas. O episódio apresenta uma casa venezuelana, em um Natal venezuelano, com uma família venezuelana recebendo seus convidados: um professor, um padre e uma estagiária. Passado, presente e futuro são mastigados, bebidos e fumados com arepas, prato de massa de pão feito com milho, típico das culinárias populares e tradicionais da Venezuela, Colômbia e Panamá.
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