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Cultura

- Publicada em 26 de Agosto de 2020 às 21:12

Painel de Regina Silveira é substituído na Casa de Cultura Mario Quintana

Estudo da autora para 'Auditório' (1992), recorte de madeira tingida que será colocado no hall do Teatro Bruno Kiefer

Estudo da autora para 'Auditório' (1992), recorte de madeira tingida que será colocado no hall do Teatro Bruno Kiefer


KEVIN NICOLAI/DIVULGAÇÃO/JC
Na última foto acima, o diretor da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), Diego Groisman, e o diretor do MAC-RS, André Venzon, restituem um importante patrimônio cultural do Estado. A instituição recebeu em 21 de agosto a obra Auditório, da artista Regina Silveira, para repor o painel Auditorium, perdido involuntariamente em 2016, durante uma reforma do espaço e que havia sido idealizado especificamente para o hall de entrada do Teatro Bruno Kiefer.
Na última foto acima, o diretor da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), Diego Groisman, e o diretor do MAC-RS, André Venzon, restituem um importante patrimônio cultural do Estado. A instituição recebeu em 21 de agosto a obra Auditório, da artista Regina Silveira, para repor o painel Auditorium, perdido involuntariamente em 2016, durante uma reforma do espaço e que havia sido idealizado especificamente para o hall de entrada do Teatro Bruno Kiefer.
A instalação será finalizada em setembro, mês em que se celebram os 30 anos de funcionamento da Casa de Cultura Mario Quintana.
Porto-alegrense que vive em São Paulo, Regina é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira. Na década de 1990, ela deu início a uma série de trabalhos a partir de imagens de diferentes auditórios. Em madeira, essas imagens foram remontadas e tratadas de modo a se obter a ilusão de tridimensionalidade. O painel Auditorium foi adquirido na ocasião da inauguração da CCMQ, escolhida diretamente por Flávio Kiefer, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto que transformou o prédio do Hotel Majestic em Casa de Cultura.
Em 2016, durante uma reforma do local onde a obra se encontrava, a obra foi removida da parede e guardada em um depósito para receber uma pequena restauração na estrutura de madeira. Os restos da reforma ficaram nesse mesmo depósito e a peça de arte, acidentalmente, acabou sendo removida junto com o entulho. O episódio, na época, gerou sindicância e processo administrativo, tendo a responsabilidade direta recaído em funcionário terceirizado.
O historiador da arte Diego Groisman, que assumiu em junho deste ano a direção da CCMQ, tomou conhecimento do desaparecimento da obra alertado por André Venzon, diretor do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS). “Para a Casa de Cultura, ter uma obra da Regina Silveira é muito valioso. Não somente porque a artista é um grande nome da arte brasileira, mas por tudo que representa salvaguardar uma obra de sua autoria: um meio de reconhecer seu legado e prestar um tributo à sua trajetória artística”, afirma Groisman.
O diretor da CCMQ ressalta o compromisso da Secretaria de Estado da Cultura – encarado com muita seriedade pela secretária Beatriz Araujo – com a preservação e conservação do patrimônio material e imaterial do conjunto cultural do Estado. Dentro dessas diretrizes, a partir de uma interlocução prévia realizada pela também artista Elida Tessler, Groisman contatou Regina Silveira. O diretor conta que, inicialmente, a ideia era tentar reconstruir digitalmente o mesmo trabalho perdido. “Após tratativas, concluímos que a substituição por outro trabalho da série, realizado na mesma época do anterior, pelo valor histórico que possui, seria a melhor maneira de restituir o patrimônio”, observa Diego Groisman.
A obra escolhida, um painel em recorte de madeira, tingida e pintada à mão, tem como ponto de partida o auditório Tasso Corrêa, localizado no Instituto de Artes da Ufrgs, cujo projeto arquitetônico é de Fernando Corona. “O registro fotográfico do auditório, feito pela própria artista no início dos 1990, foi o ponto de partida para a elaboração dos desenhos preparatórios, nos quais Regina explora possíveis visualidades e distorções da imagem original, já planejando o futuro recorte. Esses desenhos e a fotografia original também foram doados à Casa de Cultura e serão expostos junto à obra”, explica Diego Groisman.
Regina Silveira faz uma observação pela percepção de artista: “Toda a operação sequenciada nos desenhos preparatórios está dirigida a refazer, no próprio olho do observador, as características da fotografia que deu origem ao trabalho”.
“Foi uma feliz conjunção sintetizada nessa escolha. Ao mesmo tempo em que fazemos referência ao Instituto de Artes (IA), que tem formado importantes artistas e pesquisadores aqui em nossa cidade, incluindo-se neste rol a própria Regina Silveira, também homenageamos o legado de Tasso Corrêa, que esteve à frente do Instituto de Artes entre 1936 e 1958”, complementa Diego Groisman, que estudou a história do IA em sua dissertação de mestrado.
O resgate, que simboliza um grande acontecimento para a CCMQ, contou com o apoio da galeria Bolsa de Arte, que se responsabilizou pelo transporte apropriado da obra, desde São Paulo até Porto Alegre, e do MAC-RS, que disponibilizou a equipe técnica encarregada do laudo museológico e da supervisão na instalação do painel. “Espero que o episódio sirva de alerta para desenvolvimento e consolidação da consciência sobre a preservação do patrimônio público, e estimule que se confira o merecido reconhecimento a essas figuras que tanto fizeram pela nossa arte e cultura”, conclui o diretor da Casa de Cultura.
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