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Cultura

- Publicada em 10 de Agosto de 2020 às 21:23

Kleiton Ramil lança o livro infantil Aventuras de um mosquitábio

O mosquito esquisito é a segunda incursão do autor Kleiton Ramil na literatura infantil

O mosquito esquisito é a segunda incursão do autor Kleiton Ramil na literatura infantil


JONATHAN HECKLER/ARQUIVO/JC
Igor Natusch
Um mosquito que fica revoando em nossa volta pode ser uma criaturinha das mais incômodas. Mas o pequeno inseto que ronda o jovem narrador de O mosquito esquisito (Flamingo Edições, 50 páginas, R$ 27,00), de Kleiton Ramil, não é um mosquito qualquer: é um mosquitábio, um dos maiores pensadores de sua raça, que busca alguém capaz de mostrar ao mundo que mosquitos têm direito a viver, a ter paz e uma boa refeição por dia - mesmo que essa refeição seja umas gotinhas do sangue de alguém
Um mosquito que fica revoando em nossa volta pode ser uma criaturinha das mais incômodas. Mas o pequeno inseto que ronda o jovem narrador de O mosquito esquisito (Flamingo Edições, 50 páginas, R$ 27,00), de Kleiton Ramil, não é um mosquito qualquer: é um mosquitábio, um dos maiores pensadores de sua raça, que busca alguém capaz de mostrar ao mundo que mosquitos têm direito a viver, a ter paz e uma boa refeição por dia - mesmo que essa refeição seja umas gotinhas do sangue de alguém
Além das mirabolantes ideias do mosquitinho, os pequenos leitores têm a chance de se divertir com outros pequenos animais, todos cheios de histórias para contar. Segunda incursão do autor na literatura infantil, a obra (com ilustrações de Carlota Flieg) é mais um fruto da criatividade inquieta de quem, em meio ao constante sucesso de sua dupla musical com o irmão Kledir, sempre encontra tempo para incursões nas mais diferentes manifestações artísticas.
O livro é "meio biográfico", como assume o autor em conversa com o Jornal do Comércio. "O mosquitinho obviamente é ficcional, mas os demais bichos que aparecem se referem a experiências que eu vivi e ainda vivo, aqui na minha casa. Eu moro numa área com muita vegetação e muitos bichos. Aqui na minha casa já encontrei ouriço caixeiro, tamanduá-mirim, gavião, pássaros de todo o tipo e uns bichinhos menores, também", explica.
E a escolha de um animalzinho tão pequeno, e geralmente visto como um incômodo pelos humanos, certamente não foi coincidência. "A relação das pessoas com os outros bichos do livro, em geral, é mais tranquila. Agora, o mosquito é um bichinho que todo mundo detesta. Eu mesmo tinha sempre um sentimento dúbio quando encontrava um mosquito, de matar ou não matar". É justamente a partir desses sentimentos de antipatia e repulsa que Kleiton quer sensibilizar as crianças para uma relação mais respeitosa e afetiva com todos os animais.
"É um trabalho interior na direção do bem", explica. "Eu posso matar ou não matar o mosquito, por exemplo. Matar é fácil, eu sou imenso e muito mais forte em comparação com ele, mas é um gesto agressivo, gera raiva, sentimentos ruins. Amar os animais é um caminho importante não só para as crianças, mas para muitos adultos também, que parecem ter esquecido como isso funciona."
Além da história e das ilustrações de Carlota Flieg, O mosquito esquisito traz também a música A dança do mosquito, que pode ser acessada por meio de um código QR. A composição foi feita quase na brincadeira, revela Kleiton. "Há um momento na história em que o mosquito, que é bem vaidoso, canta e dança uma música. Eu ficava imaginando aquilo e me divertindo para caramba, e achei tão bacana que pensei que valia a pena gravar mesmo a música do mosquito", empolga-se.
A obra não é, de forma alguma, o único produto literário de Kleiton Ramil nesses dias de distanciamento forçado pela pandemia. Ele também disponibilizou, com a ajuda da editora Bestiário, dois volumes do Diário do Artista na Quarentena, no qual narra sua rotina nos meses de abril e maio deste ano. "Querendo ou não, a gente acaba encarando muitas horas de ócio, e me ocorreu que seria interessante registrar os momentos que eu estava vivendo. As pessoas têm curiosidade de saber como os artistas vivem, e eu gosto de dividir coisas com as pessoas. E também acabei descobrindo que escrever diário, que é algo que eu nunca tinha feito antes, é um processo quase terapêutico."
E os dias de isolamento podem ser não apenas produtivos e enriquecedores, mas também divertidos. Kleiton conta que tem feito uso da dança para não ficar tempo demais na frente do computador. "Gosto muito de dançar, não só ouvindo a música, mas vendo pessoas na tela. Esses dias, me diverti muito tentando imitar um menino da África dançando. Às vezes faços shows particulares para a minha mãe, e ela dá risada", revela, rindo também.
Quem pensa que o momento literário de Kleiton Ramil acabou, se engana. "Por sorte ou não, por ironia ou coincidência, o fato é que, neste momento, eu estou lançando vários livros", ri ele. Além dos já citados, há o romance Autos de La Serena, que deve ser publicado pela Bestiário até o início do ano que vem, e o relançamento do projeto infantil O voo do dragão, um metódo para crianças pequenas aprenderem música que envolve livro e canção, com versões em cinco línguas (português, inglês, francês, espanhol e alemão).
Um ritmo que ajuda a deixar para trás a frustração com o cancelamento de atividades da dupla Kleiton & Kledir: as comemorações dos 40 anos, que iam de shows com orquestra até biografia e documentário, tiveram que ficar para quando o novo coronavírus for embora. No momento, a lendária dupla musical gaúcha prepara o videoclipe para Canção de paz e amor, gravada ao lado do conjunto MPB4, que deve ser lançado nas próximas semanas. "Quem sabe, em breve, a gente consegue tocar essa música em cima do palco", anima-se.
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