Neste sábado (4), comemoram-se os 40 anos da passagem do Papa João Paulo II por Porto Alegre. Para marcar a data, será lançado um minidocumentário nos canais digitais da Arquidiocese da capital gaúcha, a partir das 17h35min, horário em que o pontífice desembarcou na cidade, em 1980. Primeiro Papa a pisar em solo brasileiro e único a visitar o Rio Grande do Sul, João Paulo II foi canonizado santo em 2014.
Além do documentário, fotos, depoimentos e informações e estarão presentes no material especial, disponível no site da Arquidiocese (arquipoa.com) e nas páginas do Facebook (fb.com/arquipoa) e do YouTube (youtube.com/arquipoa). As imagens foram cedidas pelo CEDOC RBS TV e as fotografias pelo arquivo da igreja.
Na época, João Paulo II foi recebido no Aeroporto Salgado Filho por autoridades políticas e eclesiásticas, que o acompanharam até a Praça da Matriz, no Centro Histórico, onde fez seu primeiro pronunciamento, em um palanque em frente à Catedral Metropolitana, para um público de aproximadamente 50 mil pessoas.
Conhecido e admirado por seu carisma e humildade, o Papa é destacado no minidocumentário como o “homem do povo”, e que deixou sua marca na rápida passagem pela Capital, que durou 22 horas. Na ocasião, o frio do inverno gaúcho não foi problema para os fiéis e nem para o pontífice, que pronunciou a célebre frase: “Me diziam ontem que o clima aqui em Porto Alegre é muito frio. Eu sinto o contrário, um grande calor”, seguida pelo famoso questionamento do pontífice: “O Papa é gaúcho?”.
Naquela noite, antes de recolher-se ao seu aposento na Cúria Metropolitana, o mais simples de toda sua estadia no Brasil, o Papa participou de dois encontros fechados, um com autoridades políticas, onde recebeu o título de cidadão porto-alegrense, e outro um encontro ecumênico, reunindo dirigentes de igrejas cristãs e representantes da comunidade judaica. Mesmo cansado, após dias de longas viagens que atravessaram o País, após o jantar, ainda sobrou tempo para fazer orações na capela da Cúria e preparar-se para o dia seguinte, que foi o mais esperado pelo povo gaúcho.
Às 9h do dia 5 de julho de 1980, o Papa chegou à missa campal, onde cerca de 300 mil pessoas o receberam para uma uma linda celebração, marcada por emoção e alegria. No final daquela manhã, o povo acompanhou a passagem do Papa na rótula da avenida José de Alencar (desde então conhecida como "rótula do Papa") até o Gigantinho. Do papa móvel, João Paulo II acenou incansável para os milhares de fiéis e espectadores que aguardavam sua passagem pelas ruas.
No Gigantinho, foi recebido com uma saudação especial e sob a presença de 200 cavaleiros e sete grupos de danças tradicionalistas. Os gaúchos nunca se esquecerão do
momento em que o pontífice, com seu carisma e humildade, aceitou o chimarrão e o chapéu oferecido por Paixão Côrtes e Pedro Borghetti. O encontro no Gigantinho, com 10
mil religiosos, foi, segundo as próprias palavras do Papa, um dos mais importantes de sua visita ao Brasil, pois teve como objetivo despertar vocações e falar diretamente a seus formadores.
Ao final do encontro, 18 mulheres argentinas conseguiram encontrar-se por alguns minutos com o Papa, eram representantes do movimento “Las Madres de la Plaza de Mayo”, grupo formado por mães que perderam seus filhos para a ditadura militar do país vizinho.
Às 15h, João Paulo II partiu da Cúria para o aeroporto, em trajeto feito de ônibus, junto com sua comitiva. No aeroporto, centenas de pessoas o aguardavam para
despedir-se. O carisma do Papa se refletiu em pequenos gestos durante toda sua estada em Porto Alegre, o que fez o pontífice sair do protocolo em diversos momentos, mostrando porque ficou conhecido como "homem do povo".
O pontificado de São João Paulo II durou 26 anos, de outubro de 1978 a abril de 2005, ano de ua morte. Em 27 de abril de 2014 ocorreu sua canonização. Já a sua festa litúrgica como santo é comemorada em 22 de outubro.