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ARTES VISUAIS

- Publicada em 18 de Junho de 2020 às 17:32

Bienal 12 se adapta à plataforma on-line para manter exposições e debates

Artistas peruanas Natalia Iguiñiz e Eliana Otta conversam com curadora Dorota Biczel em live

Artistas peruanas Natalia Iguiñiz e Eliana Otta conversam com curadora Dorota Biczel em live


BIENAL 12/DIVULGAÇÃO/JC
Com exposições on-line desde abril, a 12ª Bienal do Mercosul precisou se adaptar em 2020, com as medidas de isolamento social causadas pela pandemia de Covid-19. Para que todo o esforço reunido não fosse em vão, desta que seria a Bienal com maior número de artistas presentes, o presidente da fundação Gilberto Schwartsmann, a curadora-geral Andrea Giunta e os demais curadores precisaram repensar todas as ações planejadas para os dias de exposição da mostra internacional, que estaria acontecendo desde abril em Porto Alegre.
Com exposições on-line desde abril, a 12ª Bienal do Mercosul precisou se adaptar em 2020, com as medidas de isolamento social causadas pela pandemia de Covid-19. Para que todo o esforço reunido não fosse em vão, desta que seria a Bienal com maior número de artistas presentes, o presidente da fundação Gilberto Schwartsmann, a curadora-geral Andrea Giunta e os demais curadores precisaram repensar todas as ações planejadas para os dias de exposição da mostra internacional, que estaria acontecendo desde abril em Porto Alegre.
Um Programa de Lives da Bienal 12 teve início no final de maio, sempre nas quintas-feiras. As convidadas do próximo bate-papo são as artistas e educadoras peruanas Natalia Iguiñiz e Eliana Otta. Nesta quinta-feira (18), às 19h, elas conversam com Dorota Biczel, curadora adjunta da Bienal 12, sobre as poéticas em suas obras.
As transmissões on-line ao vivo dos debates podem ser acompanhadas pelo Facebook, Instagram e YouTube da Bienal do Mercosul. Haverá espaço para perguntas do público, que podem ser enviadas com antecedência pelos canais digitais da Bienal ou durante a live.

O feminino em afetos, ações e visualidades virtuais

Curadora-geral Andrea Giunta constata avanço no caminho no digital

Curadora-geral Andrea Giunta constata avanço no caminho no digital


ROB VERF/DIVULGAÇÃO/JC
Em coletiva de imprensa on-line na manhã desta quinta-feira (18), a equipe conversou com jornalistas a respeito das alterações feitas por conta da pandemia. Para Gilberto Schwartsmann, presidente da Fundação Bienal do Mercosul, neste ano virtual, a Bienal 12 foi construída com muito afeto e grandes surpresas, já que todos estavam preparados para uma das maiores edições da mostra: “Junto com os artistas, tivemos que montar depoimentos, sensações… Isso tudo é uma vivência histórica. O nosso País enfrenta essa pandemia com grandes dificuldades. Manter a Bienal funcionando tem sido um ato de resistência”.
No ar desde abril, a plataforma da Bienal 12 reúne os trabalhos dos cerca de 70 artistas convidados para a edição deste ano. Além de fotografias e vídeos que compõem as obras, o site reúne perfis com o currículo de cada participante, além de entrevistas e da edição on-line adaptada do jornal da Bienal 12, composto por mais de 30 artigos escritos majoritariamente por artistas mulheres.
Com o tema Feminino(s) – Visualidades, ações e afetos, a Bienal de 2020 buscou concentrar na composição de sua equipe a pluralidade que sentia necessária para a temática proposta. “Começamos a observar os movimentos artísticos internacionais, como a Bienal, e percebemos, por exemplo, que as mulheres artistas negras da América Latina não estavam representadas. Tivemos uma possibilidade de expandir essa visualização”, declarou a curadora-geral da mostra, Andrea Giunta.
Segundo ela, o momento de entusiasmo digital foi completamente propício para criar os recursos necessários para a edição on-line, por mais que o acesso à internet ainda não seja universal e abrangente: “A cultura democrática está no centro dos debates. Perdemos o contato físico com as obras, os ecos que ecoam entre as obras, entre as pessoas que assistem. Não encontramos completamente o caminho no digital, mas estamos avançando nesse sentido”.
Os curadores-adjuntos Fabiana Lopes e Igor Simões comentaram sobre as dificuldades encontradas em concentrar no ambiente on-line os efeitos que ocorrem entre as obras e os espectadores durante uma exposição artística. “Tivemos o trabalho de pensar em como o agrupamento das exposições sugerem novas narrativas originalmente não previstas. A função do educativo é a partir da desconfiança, produzir possibilidades de fala diversas”, comentou Simões, que é curador do programa educativo da Bienal, doutor e professor de História da Arte. “A arte precisa sair desses lugares marcados e tirados por conta da pandemia, e surgir como uma grande praça onde todos os sujeitos possam participar, sem passar pela hierarquia previamente estabelecida.”
Já Fabiana, curadora independente e doutoranda em Estudos e Performance pela New York University, falou sobre como sua pesquisa sobre a produção artística da diáspora africana contribuiu para a formação da linha de pensamento feminino pela visão da mulher negra presente na mostra: “Ainda é raro ver um número grande de trabalhos de artistas negras em conjunto, em diálogo. Dentro desse processo, eu tinha algumas perguntas que foram surgindo, como que resultado poderia resultar dessa junção. Quais exercícios ou tensões a junção dessas artistas, desses pensamentos poderia nos provocar”.