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Cultura

- Publicada em 17 de Maio de 2020 às 17:20

Morre Milton Mattos, um dos criadores do Teatro de Equipe

Em uma de suas últimas atuações, no curta 'Tomou café e esperou'

Em uma de suas últimas atuações, no curta 'Tomou café e esperou'


João Gabriel de Queiroz/divulgação/jc
Faleceu neste sábado, em decorrência de problemas cardíacos, o arquiteto, ator e ativista social Milton Mattos, um dos fundadores do Teatro de Equipe. Era casado com a jornalista Ivette Brandalise, com quem teve dois filhos.
Faleceu neste sábado, em decorrência de problemas cardíacos, o arquiteto, ator e ativista social Milton Mattos, um dos fundadores do Teatro de Equipe. Era casado com a jornalista Ivette Brandalise, com quem teve dois filhos.
Autor de diversos projetos arquitetônicos no Estado, entre os quais se destaca a residência do artista plástico Xico Stockinger, Mattos também integrou o Conselho Estadual de Cultura (CEC). O governo gaúcho lamentou a morte em nota publicada no site e nas redes sociais da Secretaria da Cultura. Entidades de classe, como o Instituto dos Arquitetos do Estado (IAB-RS) e o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões (Sated-RS) também manifestaram seu pesar.
"Pude conviver por mais de um ano com Milton Mattos no CEC. Quase diariamente. Uma grande pessoa da Cultura. Levava a arquitetura consigo nas demais linguagens que desenvolveu, em especial o teatro", disse Rafael Passos, presidente do IAB-RS. “Morreu Milton Mattos, homem de várias facetas, divertido e bem-humorado”, lembrou o Sated-RS.
Como ator, Mattos atuou recentemente atuou no curta-metragem Tomou café e esperou e na série Horizonte B. O velório foi realizado no Cemitério Sao Miguel e Almas, em Porto Alegre.

O Teatro de Equipe

Com breve trajetória, de 1958 a 1962, o Teatro de Equipe foi criado pelos remanescentes do Teatro de Comédia: Milton Mattos, Paulo José, Paulo César Peréio e Mario de Almeida. Teve grande importância na cena cultural da cidade pela proposta de trabalho voltada à realidade nacional e pela qualidade dos artistas que integraram o grupo. Além de encenar espetáculos, o local era palco de debates, exposições, apresentações musicais, sessões de cinema de arte e reuniões da comunidade cultural.
O grupo participou diretamente dos acontecimentos políticos de agosto de 1961, aderindo à Campanha da Legalidade, movimento liderado pelo então governador Leonel Brizola em defesa da democracia e do direito de João Goulart tomar posse como presidente do Brasil após a renúncia de Jânio Quadros. O Hino da Legalidade, inclusive, foi composto por dois integrantes do Equipe, Peréio e Lara de Lemos.
O teatro ganhou sua própria sede em 1960, sendo palco de espetáculos como A almanjarra, de Artur Azevedo, Pedro Mico, de Antonio Callado, com direção de Fernando Peixoto, e O despacho, de Mario de Almeida, entre outros. Sua história contada no livro Trem de volta, de Mario de Almeida e Rafael Guimaraens (Libretos, 2003).
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