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Cultura

- Publicada em 12 de Março de 2020 às 20:20

Diretor gaúcho estreia em longas com suspense de fôlego

Rafael Sieg (sentado) interpreta psicólogo no filme 'Disforia', de Lucas Cassales

Rafael Sieg (sentado) interpreta psicólogo no filme 'Disforia', de Lucas Cassales


ARNO SCHUH/DIVULGAÇÃO/JC
Filmado no inverno de 2018 na Capital e Região Metropolitana, o thriller de horror psicológico Disforia é o primeiro longa do cineasta gaúcho Lucas Cassales, reconhecido pelos seus curtas. O diretor foi o grande premiado no Festival de Gramado de 2015 com O corpo, vencedor nas categorias de melhor fotografia, roteiro, direção e melhor curta na mostra regional.
Filmado no inverno de 2018 na Capital e Região Metropolitana, o thriller de horror psicológico Disforia é o primeiro longa do cineasta gaúcho Lucas Cassales, reconhecido pelos seus curtas. O diretor foi o grande premiado no Festival de Gramado de 2015 com O corpo, vencedor nas categorias de melhor fotografia, roteiro, direção e melhor curta na mostra regional.
No roteiro coassinado por Thiago Wodarski, após sofrer uma experiência familiar traumática - a morte da filha recém-nascida e a necessidade de internar a esposa, interpretada por Juliana Wolkmer (a Neusa Brizola de Legalidade), em uma instituição psiquiátrica -, o protagonista Dário (Rafael Sieg, o "louco do Cati" de A última estrada da praia), um psicólogo infantil, volta a atender crianças. A primeira paciente desse retorno é Sofia (Isabella Lima), uma menina que provoca sensações perturbadoras à sua volta e arrepios no espectador. 
Ao longo do tratamento, Dário volta a ter as sensações de aflição que ele não esperava que reaparecessem. A aproximação com Sofia - cuja mãe morreu no parto - acaba despertando lembranças que estavam guardadas no passado do terapeuta, trazendo à tona seus traumas, além de questões como a paternidade, o sofrimento e a dor. Atormentado, ele precisa encarar o passado e o mistério envolvendo a família da menina.
Com narrativa calcada nas diferentes manifestações da culpa na mente dos sujeitos, diferentemente dos filmes do gênero tradicionais, em Disforia há um suspense apreensivo que quase nunca é concluído, criando uma atmosfera de mal-estar permanente, uma agonia latente, que não ganha alívio nem no desfecho.
A palavra "disforia" significa um distúrbio caracterizado pela dificuldade em se recuperar depois de vivenciar ou testemunhar um acontecimento assustador. A condição pode durar meses ou anos, com gatilhos que podem trazer de volta memórias do trauma acompanhadas por intensas reações emocionais e físicas.
O gênero do qual Cassales se apropria com maestria - perturbando também quem está olhando para a tela - está cada vez mais em evidência na produção audiovisual brasileira contemporânea. Os realizadores do longa, que aborda alguns temas como transtornos psicológicos, estresse pós-traumático, depressão pós-parto, solidão e insanidade, transgride os limites entre o real e o imaginário, devem promover com sessões comentadas por especialistas na área, pois o título proporciona muitos questionamentos.
Tendo uma narrativa de forte carga visual, merecem destaque na produção da Sofá Verde e Epifania Filmes a fotografia de Arno Schuh e a direção de arte de Richard Tavares e Mauricio Bispo. No âmbito da atuação, a obra conta com a incrível Ida Celina no papel de avó materna de Sofia e ainda tem as participações de Áurea Baptista e Roberto Salerno de Oliveira. A distribuição é da também porto-alegrense Lança Filmes.
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