Atualizada às 15h
A Fundação Nacional de Artes (Funarte) proibiu a participação de bandas de rock no Prêmio de Apoio a Bandas de Música 2020. A instituição divulgou na quarta-feira (22) o edital para a participação do concurso de âmbito nacional.
O presidente da Funarte, Dante Mantovani,
relacionou o rock à "indústria do aborto" e ao satanismo em dezembro do ano passado. "O rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada, que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo", afirmou Mantovani em vídeo publicado em seu canal no Youtube.
O edital tem como objetivo a distribuição de instrumentos de sopro, para "banda de música, banda municipal, banda sinfônica, banda de concerto, banda filarmônica, sociedade musical e orquestra de sopro", segundo a Funarte. O objetivo da premiação é "realizar a ampliação ou reposição do instrumental desses grupos".
Em resposta à uma matéria do jornal
O Globo, a fundação alegou que o "edital serve à distribuição de instrumentos apenas para bandas civis 'tradicionais', e não para outros tipos de bandas". A
nota assinada por Mantovani frisa que a proibição não é exclusiva a bandas de rock.
O edital explicita que não podem participar do prêmio "'fanfarras' ou 'bandas marciais' ligadas ou não a instituições do ensino regular público ou privado, 'bandas de pífanos', 'bandas de rock', 'big-bands', bem como conjuntos musicais assemelhados, conjuntos musicais de instituições religiosas, bandas militares e bandas de instituições de segurança pública".
"Além disso, 'bandas de música' sempre foi considerada pela Funarte como uma linguagem musical específica, distinta das demais. (...) Portanto, a Funarte nunca teve, não tem e nunca poderá ter preconceito contra nenhum estilo musical – como se espera de uma instituição federal de Estado", explica o presidente da fundação em nota. As declarações sobre o rock, feitas por Mantovani no final do ano anterior, não foram abordadas.