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cinema

- Publicada em 27 de Outubro de 2019 às 17:28

Festival de Santa Cruz destaca narrativas em curta-metragem de todo o País

Os vencedores do Festival Santa Cruz de Cinema

Os vencedores do Festival Santa Cruz de Cinema


LETÍCIA PACHECO/DIVULGAÇÃO/JC
A sensível produção pernambucana Nova Iorque saiu consagrada da segunda edição do Festival Santa Cruz de Cinema. Rodada em uma vila do Agreste, a história de Leo Tabosa – contando com as excelentes Hermila Guedes e Marcélia Cartaxo e o menino-revelação Juan Calado – recebeu três dos 10 troféus Tipuana (nome em homenagem à típica árvore da cidade gaúcha) aos quais concorria na Mostra Nacional de Curtas: melhor fotografia (Beto Martins), direção (Tabosa) e filme. Como vencedora, a equipe realizadora recebeu R$ 10 mil, premiação oferecida pelo Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul – entregue por Sílvio Bento, gerente de Cultura do Sesc/RS, e ainda R$ 15 mil em locação de equipamentos da Filmes do Bem pela distinção em fotografia.
A sensível produção pernambucana Nova Iorque saiu consagrada da segunda edição do Festival Santa Cruz de Cinema. Rodada em uma vila do Agreste, a história de Leo Tabosa – contando com as excelentes Hermila Guedes e Marcélia Cartaxo e o menino-revelação Juan Calado – recebeu três dos 10 troféus Tipuana (nome em homenagem à típica árvore da cidade gaúcha) aos quais concorria na Mostra Nacional de Curtas: melhor fotografia (Beto Martins), direção (Tabosa) e filme. Como vencedora, a equipe realizadora recebeu R$ 10 mil, premiação oferecida pelo Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul – entregue por Sílvio Bento, gerente de Cultura do Sesc/RS, e ainda R$ 15 mil em locação de equipamentos da Filmes do Bem pela distinção em fotografia.
Os prêmios – que lembram a Palma de Ouro de Cannes – foram recebidos pelo representante Uhélio Gonçalves, integrante da equipe de arte do filme. O produtor agradeceu a oportunidade de conhecer a cultura de Santa Cruz, destacando as diferenças entre o interior de Pernambuco (onde seu curta foi filmado) e interior do Rio Grande do Sul, de onde ele saiu premiado duas vezes. Em 2018, no Festival de Gramado, Nova Iorque também levou um Kikito de Fotografia e prêmio do Canal Brasil – além de ter sido finalista como curta de ficção do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Neste ano, na Serra, com Marie, Tabosa saiu novamente cheio de troféus, o que mostra que ele é um dos maiores curtas-metragistas da atualidade no País, com grande potencial na direção de atores.
Outro título destacado entre os premiados da cerimônia ocorrida na noite de sexta-feira (25) no Auditório da Unisc foi Amor aos 20 anos (São Paulo-SP), laureado pela trilha sonora e escolhido como melhor filme pelo júri popular. O diretor Toti Loureiro informou que a repercussão da trama incentivou a transformá-lo em um longa.
Entre os regionais, Mulher Ltda, de Taísa Ennes, com proposta feminista sobre o corpo feminino, recebeu o prêmio de melhor direção de arte (assinada por ela mesma) e melhor filme gaúcho. O vencedor da mostra local Olhares daqui foi Terrorismo lírico, de Jonatan Pacheco, abordando a questão racial.
Durante a cerimônia, Diego Tafarel, da Pé de Coelho Filmes, uma das organizadoras do evento, confirmou a 3ª edição do festival para o ano que vem, de 26 a 30 outubro de 2020. Representando a Secretaria de Estado da Cultura, o cineasta Zeca Brito, diretor do Instituto Estadual de Cinema (Iecine/RS), anunciou uma parceria da Cinemateca Paulo Amorim com o Secretário Municipal de Cultura, Edemilson Severo, para criar a Sala de Cinema Tuio Becker em Santa Cruz.

Noite de homenagens e celebração à linguagem cinematográfica

O ano de 2019 marcou a instituição do Prêmio Tuio Becker (1943-2008) no festival – em homenagem ao crítico e realizador nascido em Santa Cruz. A distinção foi entregue pelo sobrinho dele, Ricardo Richter, ao ator carioca Leandro Firmino, o eterno “Zé Pequeno”.
O artista afirmou: “Pensei em desistir algumas vezes depois de Cidade de Deus (2002). Amigos como Lázaro Ramos e Flávio Bauraqui me convenceram a continuar, que eu tinha talento. Receber essa homenagem prova que tomei a decisão certa. Eu amo o que eu faço, atuar, amo o cinema. Quando não se tem muita grana para fazer, tem que aflorar a criatividade. Tenho certeza de que o cinema brasileiro não vai parar. Viva os produtores brasileiros e viva o Festival de Santa Cruz!”.
Presente na cidade do Vale do Rio Pardo desde o ano passado, quando ocorreu a primeira edição, o cineasta gaúcho Jorge Furtado é tido como padrinho do Festival Santa Cruz de Cinema. Em 2019, na segunda edição, ele foi o grande homenageado. A noite de encerramento exibiu na íntegra seu filme Ilha das Flores, filmado em maio de 1989, considerado um dos melhores curtas da história do cinema brasileiro até hoje.
Ele recebeu o prêmio das mãos do professor Rudinei Kopp, criador do troféu Tipuana. Disse que revendo Ilha..., refletiu que além do telencéfalo altamente desenvolvido e do polegar opositor, citados no filme, “o que caracteriza o ser humano é a capacidade de empatia, de se colocar no lugar do outro. Nós inventamos a linguagem para nos comunicar, e a linguagem é um ato de amor”.
Com as menções a Tuio Becker, Furtado lembrou que a primeira crítica que recebeu, ao filme Temporal (1984) – “elogiosa, caridosa, eu diria” –, foi assinada pelo santa-cruzense. Para agradecer à homenagem, recitou Navegar é preciso, de Fernando Pessoa: “Navegar é preciso; viver não é preciso. Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Parabéns ao Festival de Santa Cruz!”.

Confira a relação completa dos agraciados com o Troféu Tipuana

Filme: Nova Iorque (Recife-PE)
Melhor Filme Gaúcho: Mulher Ltda. (Porto Alegre-RS)
Menção Especial do Júri: Aulas que matei (Brasília-DF), dirigido por Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia, “pela capacidade da produção de mostrar como o cinema é instrumento de debate de temas fundamentais da vida social brasileira”
Melhor Filme pelo Júri Popular: Amor aos vinte anos (São Paulo-SP)
Direção: Leo Tabosa (Nova Iorque/Recife-PE)
Roteiro: Irmãos Carvalho (Eu, minha mãe Wallace/Rio de Janeiro-RJ)
Ator: Alexandre Amador (Vigia/ Rio de Janeiro-RJ)
Atriz: Ana Leia Casarote Milan, Elisabette Aparecida Florencia e Maria Aparecida Borbota Moreira Faval (Nina) - pela proposta de interpretação de personagem social no documentário Amor só de mãe (São Paulo-SP)
Fotografia: Beto Martins (Nova Iorque/Recife-PE)
Montagem: Lucas Lazarini (Magalhães/Campinas-SP)
Direção de Arte: Taísa Annes (Mulher Ltda./Porto Alegre-RS)
Trilha Sonora: Arthur Decloedf (Amor aos vinte anos/São Paulo-SP)
Desenho de Som: Juan Quintás (Dia de Mudança/Porto Alegre-RS)
Mostra Olhares Daqui: Terrorismo lírico, dirigido por Jonatan Pacheco, produzido por Gabriela Dullius e montado e finalizado por Bruno Cabral (Santa Cruz do Sul-RS)