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Cultura

- Publicada em 23 de Outubro de 2019 às 09:08

Festival de Santa Cruz busca consolidação do evento e inovação no diálogo das artes

Realizadores dos curtas concorrentes na mostra nacional debateram papel do cinema

Realizadores dos curtas concorrentes na mostra nacional debateram papel do cinema


Letícia Pacheco Fotografia/Divulgação/JC
Reforçando a importância da realização de eventos culturais com funções educativas para a sociedade, os organizadores do 2º Festival Santa Cruz de Cinema apresentaram a abertura oficial no Auditório da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) na noite de terça-feira (22). Os representantes ao microfone definiram o cinema como lugar do diálogo e diversidade, para encontrar sentido e acreditar no que é produzido para as telas.
Reforçando a importância da realização de eventos culturais com funções educativas para a sociedade, os organizadores do 2º Festival Santa Cruz de Cinema apresentaram a abertura oficial no Auditório da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) na noite de terça-feira (22). Os representantes ao microfone definiram o cinema como lugar do diálogo e diversidade, para encontrar sentido e acreditar no que é produzido para as telas.
Promoção do Sesc/RS, Unisc e da produtora Pé de Coelho Filmes, o evento exibe seis curtas-metragens por noite até quinta-feira, para no dia seguinte ocorrer a premiação e as homenagens da edição.
O auditório cheio (com capacidade para mais de 750 pessoas) foi brindado com um pocket show da música autoral feita na cidade. Violonistas, cantores e compositores, Renato Sperb e Killy Freitas, que formam o duo Rellycário interpretaram uma bela versão de Semeadura, de Vitor Ramil.
A reitora da universidade, Carmen Lúcia de Lima Helfer, resgatou o lema da edição do festival, “Consolidar, inovar e avançar”, e destacou que o evento coloca o município no circuito das cidades de festivais de cinema, desejando vida longa à iniciativa. Flávio Goulart, da JTI, patrocinadora pela segunda vez consecutiva do festival, também ressaltou o fato dele colocar Santa Cruz no mapa da cultura, afirmando ser uma honra fazer parte deste movimento: “Em Cultura, cada centavo não é gasto, é investimento”.
Em 2019, a prefeitura entrou também como patrocinadora direta do evento. Antenado com uma tendência do setor de reafirmar o audiovisual como indústria e mercado, Edemilson Severo – titular da secretária de Cultura do município (cuja criação pela prefeitura data de 2011) – declarou: “Cinema é uma inspiração, sensibilidade, emoção, mas também é profissão. Que venha a terceira edição, temos obrigação de apoiar iniciativas dessa magnitude”.
Após as manifestações das autoridades promotoras, foram exibidos os filmes e, na sequência, os integrantes das equipes subiram ao palco para debater as obras. Diego Tafarel, da produtora Pé de Coelho, mediando a conversa, detalhou que essa opção de fazer um bate-papo logo após a sessão competitiva – apesar do tempo mais abreviado – permite que o público em geral participe. Do contrário, os cineastas estariam, mais uma vez, discutindo entre eles mesmos e permanecendo dentro da “nossa bolha”, como caracterizou o também realizador.
Estiveram presentes Armando Fonseca, diretor e roteirista da distópica ficção A última cova (SP); Renato Maia, montador do sensível documentário Amor só de mãe (SP), Gustavo Andrade, técnico de som do impactante filme dos Irmãos Carvalho Eu, minha mãe e Wallace (com Fabrício Boliveira, rodado no Morro do Salgueiro, RJ); Gerson Marques, ator do já premiado curta Teoria sobre um planeta estranho (MG), do inventivo diretor de Cordisburgo Marco Antonio Pereira; Pedro Clezar, diretor de fotografia do também já destacado Dia de mudança (POA/RS), de Boca Migotto; e a diretora Mirela Kruel e o ator protagonista e roteirista de Depois da meia noite (Caxias do Sul/RS), Gabriel Borsatto.
Mesmo o secretário de Cultura tendo dado um “spoiler” – para seguir nos termos da área – antes da projeção dos curtas sobre o significado do audiovisual, um espectador da plateia pediu para que cada um dos representantes dos filmes explicasse o que era cinema para eles. Maia respondeu que a pergunta era boa, mas quase obscena, clamando por menos protagonismo do discurso e mais exercício de escuta e solidariedade nas produções. Para Andrade, todas as escolhas na hora de filmar são atos políticos. Borsatto destacou o caráter coletivo do fazer.
“Como toda arte, é reflexo da sociedade, mas não só isso. É um alimento para alma, para pensar quem é dentro da sociedade, porque ninguém está sozinho neste mundo”, disse Fonseca, arrancando palmas do público. Clezar interpretou pela ótica da comunicação, de transmitir um ponto de vista e uma sensação: “Quando funciona, deu certo”. O mineiro Marques, contando que é um multiartista, porque também é músico e compositor além de ator, concorda que o cinema é uma forma de dizer o que é necessário dizer e comungar com o outro, como alternativa “a esse mundo atual sombrio, de ódio”.
O ator Leandro Firmino da Hora (de Cidade de Deus), que receberá o Prêmio Tuio Becker na sexta-feira, já está na cidade acompanhando toda a programação e interagindo com os colegas de profissão.
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