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Cultura

- Publicada em 10 de Outubro de 2019 às 18:47

Tecnologia nas cenas de ação marca narrativa do longa 'Projeto Gemini'

Will Smith, em sua versão de 23 anos recriada digitalmente, no filme de Ang Lee

Will Smith, em sua versão de 23 anos recriada digitalmente, no filme de Ang Lee


PARAMOUNT PICTURES/DIVULGAÇÃO/JC
Frederico Engel
Nova produção do premiado diretor Ang Lee, vencedor do Oscar por O segredo de Brokeback Mountain e As aventuras de Pi, Projeto Gemini traz um diferencial técnico em sua performance e duas versões de Will Smith lutando contra si mesmo. Com um forte esmero técnico, o longa que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (10) fica devendo nos aspectos de roteiro.
Nova produção do premiado diretor Ang Lee, vencedor do Oscar por O segredo de Brokeback Mountain e As aventuras de Pi, Projeto Gemini traz um diferencial técnico em sua performance e duas versões de Will Smith lutando contra si mesmo. Com um forte esmero técnico, o longa que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (10) fica devendo nos aspectos de roteiro.
A projeção de 60 quadros por segundo, que mais que duplica a taxa tradicional dos filmes (24 quadros), é perceptível. Definido como HFR, a tecnologia busca aproximar as imagens daquelas que o olho humano enxerga. Capturado em 3D nativo, a proposta final é que o longa tenha mais definição de imagem, cores, detalhes, movimento e som imersivo.
São poucas as produções que utilizaram da tecnologia, e o diretor conseguiu oferecer uma experiência que vale ser conferida. É um longa agradável de se assistir e tem um avanço tecnológico que combina com o 3D, especialmente na telona do cinema. As cenas de ação, bem dirigidas por Lee, são o principal aspecto a ser observado em Gemini, valorizando os cenários que o filme se passa, em especial a sequência de moto ambientada em Cartagena, na Colômbia.
Outro apuro técnico da produção é oferecer duas figuras diferentes de Will Smith: a sua atual, de 51 anos, e a jovem, de 23 anos. Feito inteiramente digitalmente, o rejuvenescimento do ator é outro elemento técnico que funciona no filme. E possível ver as emoções e os traços da versão nova do ator, um trabalho em conjunto entre a equipe técnica e de Smith. Seu papel, inclusive, é o que mais chama atenção nos aspectos dramáticos do longa, mesmo em momentos de silêncio.
E, novamente, é nas sequências de ação que é possível perceber o quão bem finalizado é Projeto Gemini: mesmo em closes aproximados, como em momentos de lutas entre as duas versões do personagem de Will Smith, é curioso observar o trabalho de direção para diminuir potenciais falhas na recriação do ator mais jovem. O uso da câmera de Lee ajuda para isso, ainda que talvez não fosse tão necessária, pois o rejuvenescimento de Smith é outro feito da produção inegável, com exceção para a cena final, que demanda finalização.
O elo mais fraco do filme fica por conta do roteiro. Com uma premissa boa, mesmo não sendo inovadora, e o desenvolvimento da história até interessante, os diálogos poderiam ser melhor trabalhados, até atrapalhando as atuações: Will Smith está em uma montanha-russa, alguns momentos bem e em outros prejudicado pelo roteiro; a dinâmica com a personagem de Mary Elizabeth Winstead não funciona como deveria, e Baron, vivido por Benedict Wong, é periférico à trama, servindo apenas para ser um alívio cômico. Por completo, o que mais funciona é Clive Owen, ainda que seja um vilão estereotipado.
Para aqueles fãs tanto de Smith quanto de Lee, vale bastante a ida à sala escura do cinema, em especial para assistir o filme na tecnologia 3D+, um avanço técnico interessante, ao qual Projeto Gemini pode ser um importante passo para evoluir cada vez mais imagem e som nas produções cinematográficas.
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