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Cultura

- Publicada em 02 de Outubro de 2019 às 03:00

Show no Theatro São Pedro celebra 60 anos da Bossa Nova

Figura expressiva do movimento, Carlos Lyra se apresenta junto com Wanda Sá

Figura expressiva do movimento, Carlos Lyra se apresenta junto com Wanda Sá


DARYAN DORNELLES/DIVULGAÇÃO/JC
Frederico Engel
São 60 anos de música no palco do Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº) hoje, às 21h. Figuras expressivas do movimento Bossa Nova, Carlos Lyra e Wanda Sá estarão apresentando uma seleção de diversas canções que marcaram o gênero. Os ingressos para o show podem ser adquiridos entre R$ 90,00 e R$ 190,00.
São 60 anos de música no palco do Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº) hoje, às 21h. Figuras expressivas do movimento Bossa Nova, Carlos Lyra e Wanda Sá estarão apresentando uma seleção de diversas canções que marcaram o gênero. Os ingressos para o show podem ser adquiridos entre R$ 90,00 e R$ 190,00.
A parceira de ambos, como lembra Wanda, teve início em 2017, com o convite para que participasse de um show ao lado dela. "Nos reunimos e selecionamos um repertório que tivesse relação conosco, para que pudéssemos contar nossa história", recorda Lyra, complementando que após o show a ideia permaneceu arquivada.
Mais recentemente, a produtora da artista, Regina Oreiro, surgiu com o conceito de organizar uma apresentação de 60 anos da Bossa Nova, quando realizavam um projeto ao lado de outros artistas em Ilhabela. "Assim, pegamos aquela primeira apresentação e transformamos em algo para nós, focando no repertório de clássicos que tenha relação com a nossa história. Tal história em que Wanda está sempre presente, já que todo disco que grava, ela descobre uma música minha ou perdida no baú ou inédita. Meu repertório é sempre prestigiado por ela", explica o músico.
Com isso, Wanda fez um apanhado de vários clássicos, de compositores diversos da Bossa Nova. "Escolhemos o que eu deveria cantar e também o que público gosta de cantar. O show comemora os 60 anos de produção de composições que conquistaram o mundo, e ainda que como compositor eu fique mais restrito, a Wanda sempre sai do óbvio, transita por belas canções", comenta Lyra. Entre as selecionadas, estão músicas como Minha namorada, Se é tarde me perdoa, Lobo bobo, Primavera, Chega de saudade, Wave e outras.
O show inicia com Wanda sozinha, em voz e violão, cantando João Gilberto. Ela, em seguida, passa por Roberto Menescal, Tom Jobim, João Donato, com a entrada do pianista Adriano Souza, do baixo de Jefferson Lescowich e do baterista Renato Massa. "Todos no palco, aí cantamos as músicas do Carlos. Eu participo de uma parte e depois deixo-os para que continuem a apresentação", conta ela. O formato se explica, em partes, pelo tombo que Lyra sofreu e fez com que rompesse os tendões do ombro, se tornando um impeditivo para tocasse o violão de forma adequada.
Assim, ele passou a se dedicar ao canto, tendo uma crítica de sua apresentação no Birdland, em Nova Iorque, primeiro show após o ocorrido, em que destacava que ele cantava como Aznavour. "Desde esse momento, meu prazer por cantar apenas cresceu, sem ter que me preocupar com tocar e, ao mesmo tempo, parei de falar muito nas apresentações. Às vezes diziam que eu falava mais do que cantava. Então, agora, deixo a Wandinha contando histórias. Aos 86 anos, posso me dar ao luxo de curtir minha fase 'cantor'", afirma o músico.
Como Lyra explica, Wanda ficou responsável por compartilhar histórias de momentos que viveram com Vinicius de Moraes, Roberto Menescal e Tom Jobim, entre outros. "É ótimo poder ter tais elementos como complementos da apresentação. E ainda mais especial por eles serem improvisados, o que insere um aspecto sobre o que irei falar", argumenta ela.
A constante presença nos palcos, variando com shows que contam com uma quantidade ainda maior de artistas, faz com que a ela perceba uma certa renovação de público. "Antes, era uma faixa etária semelhante à minha, provavelmente aqueles com carência deste estilo de música. Tem havido uma mudança. No Japão, por exemplo, quando vou lá para apresentações e dar aulas, a geração que acompanha é uma meninada", destaca a artista.
Além de show em parceria com Wanda, o ano tem sido especial para Lyra também pelo lançamento de seu novo CD de inéditas, em março, após um hiato de 25 anos de produção nova. "Assim como eu não me imponho metas para compor, também não me imponho prazos para gravar discos. Quando tenho material e as ideias aparecem, eu gravo. Estou muito feliz com o resultado. Considero, após 65 anos de carreira e há 25 sem gravar um disco de inéditas, o melhor de toda minha carreira. Com a empolgação dos envolvidos, acabamos gravando o que vem a ser o meu primeiro videoclipe, da música E era Copacabana", finaliza.
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