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Cultura

- Publicada em 30 de Agosto de 2019 às 14:57

Ancine recusa pedido de reembolso de R$ 1 milhão de produtora de 'Marighella'

A Agência Nacional de Cinema, a Ancine, negou dois recursos encaminhados pela produtora O2 Filmes em relação a "Marighella", cinebiografia do guerrilheiro homônimo dirigida por Wagner Moura.
A Agência Nacional de Cinema, a Ancine, negou dois recursos encaminhados pela produtora O2 Filmes em relação a "Marighella", cinebiografia do guerrilheiro homônimo dirigida por Wagner Moura.
As decisões foram tomadas por unanimidade pela diretoria colegiada do órgão na última terça (27), segundo deliberação publicada no mesmo dia.
Um dos recursos negados se referia ao pedido de ressarcimento de despesas pagas com dinheiro da produtora no valor de mais de R$ 1 milhão, por meio do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual).
Em nota, a O2 afirma que apenas pediu que a Ancine esclarecesse se essa quantia se adequava a um edital de complementação do FSA, o que foi negado pela diretoria da agência.
O segundo recurso questionava se a verba para comercialização do filme poderia ser adiantada.
Segundo a produtora, o FSA pode optar por investir na etapa de comercializaçãono caso de obras realizadas com recursos do fundo.Comoo contrato referente a esse investimento estava demorando a ser finalizado, a produtora pediuque a verba fosse liberada antes de sua assinatura efetiva. Também este requerimentofoi recusado.
Ainda em nota, a O2 afirma que os pedidos analisados pela Ancine "estão dentro da estrita legalidade".
A negação de recursos foi comemorada por CarlosBolsonaro, filho do meio do presidente. No Twitter, ele escreveu: "Noutros tempos, o desfecho seria outro, certamente com prejuízo aos cofres públicos".
A declaração de Carlos Bolsonaroacontece em um momento em que o governo busca estabelecer mais controle sobre a Ancine. O presidente inclusiveafirmou que pretendia extinguir aagência caso não pudesse implantar um "filtro de conteúdo" -intenção encaradacomo censura pelo setor.
"Marighella" estreou sob aplausos noFestival de Berlim, em fevereiro deste ano.Inspirada na biografia escrita pelo jornalista Mário Magalhães, a produção de R$ 10 milhões acompanha os últimos cinco anos de vida do guerrilheiro, do golpe militar de 1964 ao seu assassinato, em 1969.
Por aqui, o filme está previsto para estrear em 20 de novembro. A demora foi criticada pelo biógrafo do guerrilheiro, que nas redes sociais afirmou que a obra poderia estar sendo alvo de"obscurantismo dos novos censores".
A assessoria da Paris Filme, distribuidora do filme,negou, no entanto, que ele tenha sofrido qualquer tipo de pressão política.
O longa foi rodado no começo do ano passado, antes da eleição de Bolsonaro. No lançamento, em Berlim, Moura disse à Folha de S.Paulo que não teria feito nada de diferente caso soubesse que o atual presidente seria eleito."Já vivíamos um momento conservador", disse.
Folhapress
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