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Cultura

- Publicada em 22 de Agosto de 2019 às 03:00

Espetáculo F.R.A.M.E.S abre espaço para novo coletivo de atores

Montagem estreia nesta sexta-feira com sessões na Galeria La Photo, em Porto Alegre

Montagem estreia nesta sexta-feira com sessões na Galeria La Photo, em Porto Alegre


REGINA PEDUZZI PROTSKOF/DIVULGAÇÃO/JC
Frederico Engel
Espetáculo escrito pelo dramaturgo e roteirista Diones Camargo, F.R.A.M.E.S. é a primeira peça da Fábrica de Experiências Cênicas. A direção é de Carlos Ramiro Fensterseifer, e a montagem estreia com sessões na Galeria La Photo (Travessa da Paz, 44) nas sextas-feiras e nos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h, com entrada a R$ 50,00. A temporada segue até 8 de setembro.
Espetáculo escrito pelo dramaturgo e roteirista Diones Camargo, F.R.A.M.E.S. é a primeira peça da Fábrica de Experiências Cênicas. A direção é de Carlos Ramiro Fensterseifer, e a montagem estreia com sessões na Galeria La Photo (Travessa da Paz, 44) nas sextas-feiras e nos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h, com entrada a R$ 50,00. A temporada segue até 8 de setembro.
O texto surgiu em 2014, durante a Janela de Dramaturgia em Belo Horizonte, encontro em que Camargo reuniu fragmentos e escritos de outros textos. Dois anos depois, o autor escolheu uma das versões finais e encaminhou a Fensterseifer. O diretor realizou poucas alterações - uma delas foi a redução de 20 para 13 personagens. "Atualmente, os editais estão pequenos, com pouca verba. É difícil encaixar peças com grandes elencos", afirma Fensterseifer.
Tendo experiência como diretor em obras como DentroFora e Movimentos sobre rodas paradas, da Cia. In.Co.Mo.De-Te, Fensterseifer montou a Fábrica de Experiências Cênicas quando retornou para Porto Alegre após um tempo em São Paulo.
A Fábrica também se constitui como um coletivo de atores, atrizes, diretores, diretoras, dramaturgos e dramaturgas oriundos de cursos de formação ou com experiências profissionais comprovadas. Ali, um projeto é montado, e o grupo é preparado para determinada obra, sendo um processo coletivo de produção do espetáculo.
"O objetivo não é oferecer formação, pois as escolas já realizam bem essa etapa. Aqui, damos oportunidade no mercado e pretendemos que cada um aprenda um pouco de empreendedorismo, para produzir seu próprio trabalho e fazer espetáculo com pouco dinheiro", argumenta Fensterseifer.
O coletivo também se configura como um espaço de experimentação - envolve elementos de cinema, delírio e criatividade. "Realizávamos, aos domingos, sessões de cinema. Vimos obras de nomes como Lynch e Charlie Kaufman. Também assistimos A noite americana, de François Truffaut. A peça apresenta uma grande proximidade com o universo do Kaufman", relata o diretor.
A proximidade de elementos do cinema faz com que F.R.A.M.E.S. abra espaço para a metalinguagem e outras referências da sétima arte. "Existem referências aos cinemas francês e do Almodóvar, entre outros", comenta o diretor. O lado cotidiano também está presente, ainda que de uma forma fantasiosa e que seja algo de ambiente. "A realidade é cinematográfica, o escritor não é capaz de sair desta visão."
É interessante observar que a história contada pela peça não é clara, assim como é o pensamento criativo quando estamos formulando algo. Ele passa a se tornar mais preciso quando se trabalha mais a ideia. Como o escritor está em crise, a história espelha esta imagem dele. "Por este motivo de ficar mais nebuloso, a obra dá uma autonomia para cada diretor definir uma forma distinta de abordá-la", explica Fensterseifer.
A crise de vida é uma tônica constante na peça, com cada um dos personagens tendo de lidar com a sua própria. Existe uma garçonete que sonha em ser uma atriz e sempre acredita que tudo vai dar certo; o escritor que luta para superar seu bloqueio criativo; sua mulher, que tem de lidar com o marido que passa a noite em claro em função do trabalho. "Estes elementos tornam F.R.A.M.E.S. uma dimensão realista, mas que a mente, tanto do escritor como do público, leva para outros lugares", aponta o diretor.
E é com a criatividade que o diretor defende que devemos estar abertos para experiências. Ele contextualiza trazendo a questão sobre a dificuldade deste processo, pois lidar com o criativo é algo que demanda profundidade e lida com o emocional. "É uma etapa angustiante e solitária. Esse é um sentimento que sentimos com o texto do Diones (Camargo), que abre espaço para exploramos."
Frederico Engel
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