Música e poesia sempre andaram juntas na carreira de Moraes Moreira - o músico, de 72 anos, deu os primeiros acordes ainda na adolescência, na Bahia. A fama veio com os Novos Baianos, nos anos 1970, grupo que revolucionou a música brasileira. Depois, em uma grande carreira solo, já lançou mais de 20 discos.
Amanhã, a partir das 21h, Moreira sobe ao palco do Theatro São Pedro, em Porto Alegre, para o show Música e poesia. Na apresentação solo e em formato mais intimista, o artista apresenta grandes sucessos da sua carreira, como Preta Pretinha e Acabou Chorare, intercalando canções em voz e violão num bate-papo musical com o público.
Moreira pretende homenagear o amigo e "padrinho" João Gilberto. "João ajudou muito a carreira dos Novos Baianos. O cara revolucionou a música brasileira", diz Moreira. De fato, o elogiadíssimo disco Acabou Chorare (considerado pela crítica especializada um dos melhores discos de todos os tempos) e a canção homônima nasceram com a ajuda de João Gilberto - o pai da bossa nova, no início dos anos 1970, conviveu e muito com os Novos Baianos, sempre com o inseparável violão.
Moraes Moreira também é um dos mais versáteis compositores do Brasil, famoso por misturar ritmos como rock, samba, choro, baião e até mesmo música erudita. Ele começou a carreira tocando sanfona de doze baixos em festas de São João, na cidade de Ituaçu, na Bahia, onde nasceu.
Na adolescência, aprendeu violão e, após concluir o científico, mudou-se para Salvador. Foi lá que ele conheceu Tom Zé e também Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, com quem formaria mais tarde o grupo Novo Baianos, na companhia também de Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Jorginho, Baixinho e Dadi.
Moreira, atualmente, ocupa a cadeira 38 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel - "o cordel é uma de minhas paixões", avisa ele, que declama poesias e cordéis durante a apresentação. No repertório, ainda estão outros clássicos da MPB, como Meninas do Brasil, Forró do ABC, Bate coração e Bloco do prazer.
Ele deixou o Novos Baianos em 1975 e seguiu carreira solo com sucesso até hoje. Tem como principais referências Braguinha, Zé Kéti e Lamartine Babo. Com o tempo, passou a estudar cada vez mais os ritmos do Carnaval, como samba, marcha, marcha-rancho e o frevo.
É um dos maiores compositores da história do Carnaval baiano, considerado por muitos aquele que colocou voz nos trios elétricos que, por muitos anos, eram feitos apenas com música instrumental.
A apresentação do cantor em Porto Alegre faz parte do projeto Antenna Ao Vivo, que reverbera a nova música brasileira, conectando vozes a experiências artísticas que potencializam sua brasilidade em encontros memoráveis. O projeto já trouxe para a capital gaúcha nomes como Liniker & Os Caramelows, Não Recomendados, Francisco El Hombre, La Baq e Cordel do Fogo Encantado.
Os ingressos para o espetáculo na capital gaúcha estão à venda em teatrosaopedro.com.br e na bilheteria do local, com preços a partir de R$ 50,00 para quem doar 1kg de alimento não perecível ou itens de higiene pessoal na entrada do evento.