A partir de quinta-feira (18), a Cinemateca Capitólio Petrobras (Demétrio Ribeiro, 1.085) apresenta a mostra Cinema, ciência e tecnologia: diálogos possíveis, com mais de 20 filmes, entre curtas e longas-metragens, que trazem múltiplas perspectivas a respeito da intersecção entre os três campos do saber. Em diferentes tempos e territórios, as obras traduzem o impacto sociocultural e muitas transformações vivenciadas no século XX.
Com projeções até 31 de julho, a mostra é dividida em 10 seções temáticas - Enigmas, Investigações, Ilusões, Experiências, Artifícios, Limites, Aprendizados, Consciências, Horizontes e Horrores - e apresenta obras que contribuíram com reflexões instigantes sobre as transformações tecnológicas testemunhadas pela própria história do cinema, como Matrix, de Lilly e Lana Wachowski; Um homem com uma câmera, de Dziga Vertov; O fundo do coração, de Francis Ford Copolla; e Razzle Dazzle: The Lost World, de Ken Jacobs.
A sessão de abertura, nesta quinta-feira, às 19h30min, apresenta uma das primeiras exibições brasileiras de A noite amarela, destaque do Festival de Roterdã deste ano, dirigido pelo paraibano Ramon Porto Mota. O diretor estará presente para um debate após a sessão. Já o encerramento, em 31 de julho, às 19h30min, será com a ficção científica Plano Controle, o mais novo filme da realizadora de Baronesa, Juliana Antunes, seguido da versão restaurada do longa Abrigo nuclear, de Roberto Pires, um clássico sci-fi brasileiro. Juliana estará presente e participa de uma conversa após a projeção.
Outra estreia importante na Capital é Mirante, título experimental de Rodrigo John, que parte de um registro de mais de 10 anos das janelas de um apartamento no Centro de Porto Alegre. Completam a programação brasileira Branco sai, preto fica, o híbrido entre documentário e ficção científica de Adirley Queiróz, e o retrato das indígenas do Alto Xingu As Hiper Mulheres, de Takuma Kuikuro, Leonardo Sette e Carlos Fausto. O auge do humano, coprodução entre Argentina e Brasil, de Eduardo Williams, ganha sessão comentada pela Gogó Conteúdos Sonoros, a equipe responsável pela criação sonora da obra.
A programação também destaca grandes pioneiras do cinema, com filmes de Maya Deren, nome essencial do cinema de vanguarda; Julie Dash e Zeinabu Irene Davis, integrantes do movimento L. A. Rebellion, grupo de realizadores que saíram da Universidade da Califórnia em Los Angeles e transformaram o cinema negro dos Estados Unidos, e Kathleen Collins, diretora de Sem chão, outro marco da produção afro-americana realizada na década de 1980.
O diálogo com as artes visuais no recorte temático da mostra está presente nas exibições do documentário Giuseppe Penone, sobre a obra de um dos grandes nomes da Arte Povera, que será comentado pelas pesquisadoras Marina Câmara e Maria Ivone dos Santos, e do vídeo da artista Nancy Holt que registra a criação Sun Tunnels, uma das obras-primas da Land Art. A mostra ainda apresenta filmes impactantes de Michelangelo Antonioni, James Gray, David Cronenberg e Kiyoshi Kurosawa.
A programação especial da Cinemateca Capitólio Petrobras neste ano - com mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições - tem realização pela Fundação Cinema RS (Fundacine) e possui patrocínio master da Petrobras, via projeto aprovado na Lei Rouanet. Os ingressos para as sessões custam R$ 10,00, com meia-entrada para estudantes, idosos e portadores do Cartão Petrobras com acompanhante, além de gratuidade para os funcionários da Petrobras. A bilheteria abre 30 minutos antes de cada sessão.