De terça-feira até sábado, Porto Alegre recebe uma série de eventos que têm o choro como protagonista. E o violonista de sete cordas Mathias Pinto é o personagem catalisador de todos esses espetáculos. "Celebramos, nesta semana, o grande momento do choro. Venho falando há meses que este é o principal ano, em muito tempo, para o gênero no Rio Grande do Sul. Em 2019, conseguimos levar ao palco muitas apresentações significativas e garantimos o seguimento da Oficina de Choro, da qual eu sou coordenador, que conta com muitos alunos e revitaliza não só os músicos, mas o público também, que tem prestigiado as apresentações, sempre com casa cheia", afirma o instrumentista.
Mathias Pinto participa há anos da promoção de diversas iniciativas para fortalecer o estilo na Capital e no Interior, aglutinando a turma do choro, com shows locais e nacionais. "Nesta semana, fizemos uma somatória de algumas apresentações conjuntas com nomes de fora do Estado que também estão vindo."
A terça-feira terá a continuidade do projeto O choro é livre!, que Pinto reestreou no Theatro São Pedro no dia 1 de maio. Esta segunda edição ocorre no Foyer Nobre do Theatro (Praça Marechal Deodoro, s/nº), às 18h30min, com entrada franca, fazendo uma homenagem ao cavaquinista Waldir Azevedo. Participam Paulo Carvalho, Luiz Machado e o grupo Amigos no Choro, além de convidados especiais. "Esse projeto vai continuar com shows mensais, queremos que ele siga por muito tempo na última terça-feira de cada mês", declara o violonista.
O Instituto Ling (João Caetano, 440) recebe, na quarta-feira, às 20h, com ingressos a R$ 50,00, o lançamento do CD Vento brando, do violonista paulista radicado no Rio de Janeiro João Camarero. "É o grande nome do violão brasileiro atualmente, principal representante hoje, seguidor de Raphael Rabello e Baden Powell. Camarero apresenta seu segundo disco, de violão solo, com composições dele e parcerias com Cristóvão Bastos e outros grandes nomes da música", comenta Pinto.
Na quinta-feira, a Série Samba-Choro do Teatro do Sinduscon (Augusto Meyer, 146) - da qual Mathias Pinto também é curador cultural - apresenta o Especial Paulo César Pinheiro e Baden Powell, com a cantora Nani Medeiros e o violonista Junior Pita. O 54º show no local começa às 20h e é gratuito.
O centenário do intérprete Nelson Gonçalves, comemorado em 21 de junho, também integra esta programação. Na sexta-feira, o espetáculo
Boêmios - João de Almeida Neto canta Nelson Gonçalves ocorre às 21h no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80). Ingressos entre R$ 60,00 e R$ 140,00 na bilheteria do teatro e no site
www.uhuu.com.
Pelo disco deste show, Almeida Neto recebeu o último Prêmio Açorianos de Música na categoria de intérprete de MPB. "Ele será acompanhado pelo Regional Imperial, que é o maior grupo de choro do Brasil, por mim e por alguns outros músicos", comenta Pinto, que integra o projeto desde o início. Nesta apresentação, haverá as participações especiais de Moacyr Franco e Gaúcho da Fronteira.
Finalmente, no sábado, às 17h, o Instituto Ling (João Caetano, 440) recebe a cavaquinista, compositora e produtora Luciana Rabello, com ingressos a R$ 50,00. Em seu espetáculo em Porto Alegre, a musicista com mais de 40 anos de carreira contará com a participação especial de Pedro Paes, um dos mais destacados clarinetistas e saxofonistas da nova geração do choro. Os dois músicos cariocas ainda estarão acompanhados no palco por dois gaúchos: Mathias Pinto (violão de sete cordas) e Guilherme Sanches (pandeiro). O repertório da apresentação inclui músicas autorais de Luciana, além de composições de Maurício Carrilho, Cristóvão Barros e Radamés Gnattali.
A musicista se destacou muito cedo através de sua atuação no grupo Carioquinhas no Choro, ao lado do irmão Raphael Rabello. Luciana e Paes são conhecidos no cenário do gênero e estão à frente do Instituto Casa do Choro e da Escola Portátil de Música.
Para Mathias Pinto, Luciana é a rainha do choro, a grande figura feminina do estilo no País. "É uma honra a presença dela em Porto Alegre, pois ela encabeça o movimento do choro no Rio de Janeiro e no Brasil, e vai tocar algumas músicas de seu repertório. É importante ter aqui uma liderança dentro do choro", destaca.