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Cultura

- Publicada em 09 de Maio de 2019 às 16:28

Destacado pela crítica, 'Mormaço' estreia nas salas do País

Repleto de metáforas, longa nacional 'Mormaço' tem Marina Provenzzano como protagonista

Repleto de metáforas, longa nacional 'Mormaço' tem Marina Provenzzano como protagonista


IMAGEM FILMES/DIVULGAÇÃO/JC
Caroline da Silva
Abordando a força do capital especulativo e a gentrificação, Mormaço estreia nesta quinta-feira (9) após ter circulado por uma série de festivais. É difícil assistir ao primeiro longa solo da diretora Marina Meliande sem associá-lo aos recentes títulos do cinema nacional Aquarius (Kleber Mendonça Filho) e Era o Hotel Cambridge (de Eliane Caffé), ambos de 2016. O resultado, obviamente, agrada aos críticos.
Abordando a força do capital especulativo e a gentrificação, Mormaço estreia nesta quinta-feira (9) após ter circulado por uma série de festivais. É difícil assistir ao primeiro longa solo da diretora Marina Meliande sem associá-lo aos recentes títulos do cinema nacional Aquarius (Kleber Mendonça Filho) e Era o Hotel Cambridge (de Eliane Caffé), ambos de 2016. O resultado, obviamente, agrada aos críticos.
Suas metáforas, na narrativa, para o poder corrosivo do dinheiro e o apodrecimento da sociedade vêm de um diálogo da obra com o cinema fantástico e elementos de filmes de horror. A realizadora foca na opressão, mas também em um viés de resistência, que o País vive nos últimos anos.
O longa estreou mundialmente na seleção oficial do Festival Internacional de Cinema de Roterdã e foi exibido pela primeira vez no País concorrendo entre os longas brasileiros do Festival de Gramado de 2018. Também esteve na mostra competitiva Novos Rumos, do Festival do Rio, onde recebeu menção honrosa do júri, e esteve na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Em abril último, a produção conquistou o prêmio da crítica de Melhor Filme na 22ª edição do Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira, em Portugal.
Em Gramado, no ano passado, Marina comentou que a camada fantástica dá liberdade de interpretação, criando alegorias para o que está acontecendo ali. “Sempre pensei o filme como uma fábula, que era o jeito que queria me aproximar da política, não fazer uma obra panfletária.”
Segundo ela, o roteiro que coassina com Felipe Bragança, começou em 2012, quando o Rio de Janeiro foi anunciado como a cidade que iria sediar as Olimpíadas quatro anos depois. O longa retrata o verão daquele 2016 como o mais quente da história. A advogada Ana, de 32 anos, trabalha na defesa de uma comunidade ameaçada de remoção pelas obras do Parque Olímpico.
Enquanto isso, misteriosas manchas roxas, similares a fungos, aparecem em seu corpo. A temperatura sobe, criando uma atmosfera úmida e sufocante. O mormaço acumula, abrindo caminho para uma forte chuva, culminando em um final aberto.
Mormaço tem a atriz Marina Provenzzano (de O Grande Circo Místico) no papel principal, lutando contra essa estranha doença, invocando uma série de metamorfoses no enredo. Para a protagonista, a realizadora comentou que precisava de um rosto novo.
Sobre o tema da obra, Marina Meliande destacou que aqueles moradores começaram a não se sentir mais pertencentes à “Cidade Maravilhosa”. “Eu tinha que falar de pessoas e espaços de verdade. Remoção por si só já é uma coisa horrorosa, ainda mais quando não tem nenhum senso jurídico”, ressaltou.
A diretora já tinha trabalhado com Bragança em outros projetos, na direção de longas como A fuga da Mulher Gorila, que estreou no Festival de Locarno de 2009, e A alegria, que esteve na Quinzena dos Realizadores, no Festival de Cannes de 2010.
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