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Cultura

- Publicada em 04 de Março de 2019 às 01:00

Longa 'Albatroz' com Alexandre Nero estreia nesta quinta

Alexandre Nero protagoniza o suspense Albatroz, que estreia na quinta-feira

Alexandre Nero protagoniza o suspense Albatroz, que estreia na quinta-feira


ALINE ARRUDA/DIVULGAÇÃO/JC
Com estreia marcada para quinta-feira (7), o longa-metragem Albatroz é peça rara no cinema brasileiro, tamanha a pretensão. O diretor Daniel Augusto e o roteirista Bráulio Mantovani se reuniram em um suspense que envolve neurociência e linhas tênues que separam realidade, sonho, devaneios e paranoias. O resultado é um daqueles filmes dos quais é impossível ficar indiferente - e cujo final vai deixar muita gente com pulga atrás da orelha.
Com estreia marcada para quinta-feira (7), o longa-metragem Albatroz é peça rara no cinema brasileiro, tamanha a pretensão. O diretor Daniel Augusto e o roteirista Bráulio Mantovani se reuniram em um suspense que envolve neurociência e linhas tênues que separam realidade, sonho, devaneios e paranoias. O resultado é um daqueles filmes dos quais é impossível ficar indiferente - e cujo final vai deixar muita gente com pulga atrás da orelha.
De elenco global, a produção conta com Alexandre Nero no papel principal. No enredo, o ator interpreta o fotógrafo Simão, de certa forma, envolvido com três mulheres. Há a esposa, uma compositora de jingles publicitários (Maria Flor); uma atriz judia (Camila Morgado) com quem ele viaja a Jerusalém; e uma ex-namorada escritora (Andréa Beltrão) que tenta retomar contato com o protagonista. Todos, portanto, ligados à arte e criação.
Quando a última delas o convida para ir ao laboratório de uma neurocientista (Andréia Horta), Simão vislumbra a chance de realizar o desejo de fotografar seus próprios sonhos - sem perceber estar em meio a algo bem maior. A esse panorama, somam-se mais dois ingredientes. O primeiro é a sinestesia - Simão vê cores nos sons. O segundo, um trauma que intensifica o desnorteio do personagem. Ele foi testemunha de um pequeno, mas grave, ataque terrorista, e, em vez de tentar intervir, optou por registrar o momento com sua câmera. Se, por um lado, as imagens lhe renderam fama, por outro, também lhe geraram críticas pesadas, transformando-se em um assunto delicado e assombroso para o fotógrafo.
Artistas como Gustavo Machado, Marcelo Serrado, Roney Facchini, Bel Kowarick, Paula Picarelli e Martha Nowill completam o elenco de apoio.
Para abordar uma história que envolve percepções e sentidos, os produtores optaram por uma narrativa com linha de tempo fragmentada. Ou seja, a sensação de confusão só aumenta. A montagem, por vezes frenética, ainda mistura frames com imagens que produzem ilusão de ótica com um jogo de detalhes vistos anteriormente no longa-metragem. Como se não fosse o suficiente, existe o acréscimo de personagens que só falam em alemão (sem legenda) e de menções à relação entre Israel e Palestina.
"O filme é como uma história que joga com o prazer de decifrar, dando ao público a oportunidade de interpretar os caminhos e descaminhos dos personagens", descreve o diretor, que tem no currículo Não pare na pista: a melhor história de Paulo Coelho. Já Bráulio Mantovani é o roteirista de alguns dos maiores êxitos da produção cinematográfica brasileira dos anos 2000: seu currículo inclui Cidade de Deus, os dois Tropa de Elite e O ano em que meus pais saíram de férias, entre outros títulos.
De acordo com ele, o longa-metragem tem um pouco de psicanálise selvagem, neurociência para leigos e lógica paraconsistente diluída. "É um filme 'cabeça'? Quase, mas não", brinca ele. "No máximo, tão 'cabeça' quanto Strawberry fields forever, dos Beatles. Quer dizer, talvez não. Mas quase." No entanto, não é um trabalho que entrega todas suas nuances de maneira fácil. Também colaboraram no roteiro Fernando Garrido e Stephanie Degreas, que já haviam desenvolvido a série A teia, da TV Globo, em parceria com Mantovani.
"Este roteiro deu mais trabalho que qualquer um dos outros quase 30 longas (entre produzidos e inéditos) que escrevi, mas foi também o que mais me deu prazer na escrita", afirma o autor. "Estruturar uma narrativa que não segue o paradigma clássico dos três atos obrigou-me a multiplicar por três o meu rigor habitual para chegar à melhor coesão dramática possível."
A produção está estabelecendo uma pequena carreira através da programação de alguns festivais. Já foi selecionada para o 39º Festival Internacional de Cinema de Porto, para a 40ª edição do Festival de Havana, em 2018, e para o Indie Pasión Iberoamerican Film Festival 2019, em Miami. Resta saber como o público vai reagir.
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