Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Courtney Barnett estreia em show em Porto Alegre

Destaque na cena indie, Courtney Barnett se apresenta em Porto Alegre pela primeira vez na sexta-feira

Destaque na cena indie, Courtney Barnett se apresenta em Porto Alegre pela primeira vez na sexta-feira


/GRANDSTAND MEDIA/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
"Acho que coloco tanto esforço em escrever músicas que minha existência inteira se direciona a isso", conta a australiana Courtney Barnett, a respeito do processo que culminou em seu segundo álbum solo, Tell me how you really feel. Lançado em 2018, o registro é o sucessor de Sometimes I sit and think and sometimes I just sit (2015), que rendeu à cantora e compositora uma indicação ao Grammy como artista revelação - e a projetou como um destaque no indie rock contemporâneo.
"Acho que coloco tanto esforço em escrever músicas que minha existência inteira se direciona a isso", conta a australiana Courtney Barnett, a respeito do processo que culminou em seu segundo álbum solo, Tell me how you really feel. Lançado em 2018, o registro é o sucessor de Sometimes I sit and think and sometimes I just sit (2015), que rendeu à cantora e compositora uma indicação ao Grammy como artista revelação - e a projetou como um destaque no indie rock contemporâneo.
Pela primeira vez, Courtney vem mostrar essas credenciais em Porto Alegre. Ela é a atração do Popload Gig, no Opinião (José do Patrocínio, 834), às 21h de sexta-feira - um dia depois de se apresentar em São Paulo, onde já esteve em 2016. Ingressos entre R$ 160,00 e R$ 200,00 pelo site www.ticketload.com ou nas lojas Multisom da Andradas e do Bourbon Wallig.
O nome da australiana, na verdade, já havia começado a gerar burburinho em 2013, com o single Avant gardener aparecendo nas listas de melhores do ano de publicações especializadas. Desde então, ela vem emendando turnês internacionais, shows em grandes festivais e parcerias com outros artistas: no novo disco, há participação das irmãs Kim e Kelley Deal, da banda norte-americana The Breeders.
Munida de um estilo que mistura as dinâmicas entre suavidade e barulho, tradicionais ao rock alternativo, com um estilo proseado e quase falado de cantar, a guitarrista mantém a verve de gravações anteriores. Desde o começo, sua trajetória é marcada por versos com comentários e sugestões sagazes a partir de situações corriqueiras ou aparentemente bobas.
No primeiro disco de estúdio, abordava assuntos como gentrificação, memória e finitude através de um encontro com um corretor imobiliário (em Depreston), por exemplo. No novo, um dos destaques é o single Nameless, faceless, no qual faz um desabafo sobre a vontade de poder caminhar em um parque à noite em segurança. Nos versos, que ainda falam em carregar as chaves entre os dedos, há até uma citação da escritora canadense Margaret Atwood: "Homens têm medo que mulheres riam deles, mulheres têm medo que homens as matem".
De acordo com Courtney, entretanto, a referência à autora é fruto do acaso. "Li essa frase em um jornal, não sabia que era de O conto da aia", lembra, mencionando o livro que deu origem à premiada série televisiva The handmaid's tale - cujo enredo apresenta um futuro distópico em que as mulheres perderam seus direitos e são dominadas, entre outros tópicos. "Assisto ao programa, é ótimo, mas ainda não li o livro", finaliza a compositora.
Courtney também é uma das responsáveis pela gravadora Milk! Records, pela qual tem lançado seus trabalhos. O selo inclui uma série de bandas que contém pelo menos uma mulher entre seus integrantes. Segundo a artista, entretanto, essa condição não é uma regra. "Na verdade, não foi intencional, embora eu ache inspirador que igualdade é importante", salienta a australiana, crente que mulheres têm feito músicas ótimas e que o público deve estar atento à produção feminina. "Mas, no geral, estou interessada no que todo mundo tem a dizer", brinca, destacando o que procura em novos artistas: "Composições profundas ou que apontem para algum lugar pouco usual".
Aos 31 anos, a cantora ainda tem um outro álbum no currículo. Lotta sea ice (2017), no entanto, é praticamente um capítulo à parte em sua discografia. Desenvolvido de forma colaborativa com o norte-americano Kurt Vile, o trabalho é o único registro que não deve ter nenhuma canção no repertório das apresentações no Brasil. Na época do seu lançamento, os dois fizeram uma pequena turnê de divulgação pela América do Norte, mas Courtney tem evitado as faixas em seus shows solo. "Não planejo tocá-las, a não ser que o Kurt esteja por perto", explica, a respeito do colega. "Ou eu iria sentir falta dele."
Após Porto Alegre, a cantora segue para Buenos Aires, Lima, Santiago e Cidade do México. A turnê continua do outro lado do mundo - no Japão, ainda na primeira metade de março.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO