Espetáculo ' Look up' da companhia Fuerza Bruta tem apresentações em Porto Alegre

Acrobatas suspensos no ar e uma piscina transparente, que flutua acima da plateia, são algumas das atrações no leque da companhia argentina Fuerza Bruta, que traz uma temporada do espetáculo Look up à Porto Alegre a partir desta terça-feira (12). Com um público estimado em mais de 6 milhões de espectadores desde sua fundação, o grupo volta à capital gaúcha após sete anos - em 2016, os hermanos se apresentaram apenas no litoral gaúcho. Algumas sessões já estão com ingressos esgotados.

As apresentações acontecem em uma arena montada na área externa do Bourbon Shopping Wallig (Grécia, 1.500) - com montagem em 360 graus, o público presencia um jogo entre efeitos visuais, sons e movimentos corporais. O show é basicamente o mesmo que já passou pelo Estado: a equipe trabalha o repertório como músicas de uma banda - e há até alguns números que viraram espécies de hits, como Mylar, com a piscina aérea, e Murga, com uma espécie de dança tribal.

Mudanças, no entanto, são constantes, garante Fabio D'Aquila, uma das mentes por trás do Fuerza Bruta. "Principalmente na estética e na música. Estamos evoluindo, nos adaptando às mudanças culturais globais e tentamos dar essa impressão ao programa", destaca. "Nos damos a permissão para experimentar e continuar testando com cenas que já estão instaladas e bem resolvidas." As alterações podem até ser bem pequenas - como uma maquiagem ou uma passagem musical - mas servem para deixar a equipe motivada e alerta.

O processo de atualização de repertório inclui atenção a novos desenvolvimentos tecnológicos que possam ser incorporados ao espetáculo ou mudanças no hábito de consumo de jovens, por exemplo. A ideia é entender e aproximar-se, para então desconstruir e elaborar cenas a partir da estética do grupo.

Desde 2003, quando foi fundada, a companhia já realizou apresentações em 34 países e 58 cidades. Só em Nova Iorque, onde cumpriu agenda off-Broadway por nove anos, o público ultrapassou 500 mil pessoas. Parte desse alcance deve-se ao fato da língua não ser uma barreira: os artistas utilizam vozes, cantos e gritos. Por outro lado, evitam textos a serem recitados. "Está fora de questão", comenta D'Aquila, resumindo: "Nosso caminho é experimentar e comunicar a partir das sensações, e não da palavra".

De acordo com ele, trabalhar as emoções e sentimentos através do corpo tem sido a chave para a trajetória global até aqui. "Não é necessário explicar nosso show ou entendê-lo. Buscamos que ele aconteça com você, que você o sinta. Queremos provocar, motivar e compartilhar com a plateia o que se passa conosco na hora da apresentação", explica o artista.

Vêm a Porto Alegre 10 performers: seis mulheres e quatro homens. Não existem papéis principais, e os integrantes são treinados para realizar todas as cenas - revezando-se em diferentes funções ao decorrer da temporada. As eventuais audições realizadas para incorporar profissionais à equipe já apontam para um perfil multifacetado.

Os produtores não se atêm a uma ou outra área na hora da seleção - são escolhidos nomes com currículos ligados à atuação, dança, acrobacia e esportes, entre outros campos.

A condição primordial para fazer parte, conforme D'Aquila, é ser expressivo e ter muita energia: "É fundamental uma preparação física para conseguir aguentar os treinos a que serão expostos".

Já a construção da arena em que os artistas se apresentarão do lado do Bourbon Wallig envolveu a participação de cerca de 100 pessoas. Foram três semanas de trabalho e 33 toneladas de equipamentos trazidos do exterior.