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Cultura

- Publicada em 10 de Dezembro de 2018 às 01:00

Do Brasil para o mundo, Rodrigo Teixeira prepara longa com Brad Pitt

Sua produtora, RT Features,  vem conquistando prestígio no circuito internacional na última década

Sua produtora, RT Features, vem conquistando prestígio no circuito internacional na última década


RT FEATURES/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
O nome pode ainda não ser conhecido pelo grande público, mas o produtor Rodrigo Teixeira já está em condições de ser a atração principal de conferências sobre cinema - e de receber o cineasta Chris Columbus, diretor de filmes como Gremlins, Esqueceram de mim e Harry Potter e a pedra filosofal para uma participação especial. Ambos estiveram na ComicCon Experience 2018 (CCXP), encerrada neste domingo (9) na capital paulista.
O nome pode ainda não ser conhecido pelo grande público, mas o produtor Rodrigo Teixeira já está em condições de ser a atração principal de conferências sobre cinema - e de receber o cineasta Chris Columbus, diretor de filmes como Gremlins, Esqueceram de mim e Harry Potter e a pedra filosofal para uma participação especial. Ambos estiveram na ComicCon Experience 2018 (CCXP), encerrada neste domingo (9) na capital paulista.
Teixeira empresta as iniciais para sua empresa, a RT Features, produtora que vem conquistando prestígio no circuito internacional ao longo da última década. E não é pouca coisa: o repertório do brasileiro conta com filmes como Alemão e Tim Maia, em escala nacional, e passa por sucessos do cinema indie norte-americano, como Frances Ha, que revelou a atriz Greta Gerwig, ou o recente Me chame pelo seu nome, obra dirigida pelo italiano Luca Guadagnino que concorreu a quatro Oscar em 2018 - e levou o de melhor roteiro adaptado.
Na CCXP, Texeira falou para um público que lotou o maior auditório do evento, de capacidade para até 3.300 pessoas. É bem verdade que boa parte da plateia estava segurando um lugarzinho para a conferência seguinte, com os criadores e parte do elenco da disputadíssima série Game of Thrones, mas os presentes se animaram ao saber das novidades da RT Features.
Estão no cronograma, entre outras iniciativas, filmes sobre o rapper Emicida; uma obra baseada no disco Blood on the tracks, de Bob Dylan, em nova parceria com Guadagnino; e o maior projeto em que Teixeira se envolveu então, a ficção científica Ad astra, do diretor James Gray. Com Brad Pitt no elenco, a obra tem orçamento de US$ 95 milhões e é descrita pelo produtor como uma mistura entre 2001 - uma odisseia no espaço e Apocalipse now. "Com DNA brasileiro", garante Teixeira. O enredo gira em torno de um homem que parte em busca do seu pai, que desapareceu há anos no espaço, e a estreia está prevista para 2019. Em meio a pedidos para fotos por parte do público ou colegas que vinham cumprimentá-lo após a conferência, Rodrigo Teixeira concedeu entrevista ao Jornal do Comércio.
JC Panorama - No palco da CCXP, você disse que seus filmes americanos são brasileiros também.
Rodrigo Teixeira - Eles são brasileiros. Sou um produtor brasileiro. Então não tem muito como eu não classificá-los assim.
Panorama - Muita gente achou que, depois do sucesso de Me chame pelo seu nome, você iria focar no mercado exterior. Mas já há uma série de projetos nacionais em sua pauta...
Teixeira - Eu não abandono o Brasil. É meu País, não acho correto sair daqui e não olhar para trás. Tem que olhar para o Brasil. Eu quero essa nuance de fazer aqui e no exterior.
Panorama - Me chame pelo seu nome colocou a empresa em outro patamar?
Teixeira - Acho que isso ocorreu com The witch (A bruxa, de Robert Eggers), o Frances Ha e o Me chame pelo seu nome. Foi uma coisa progressiva. A gente ficou em outro patamar, sim.
Panorama - Produzir aqui e em outros locais é muito diferente?
Teixeira - Os problemas são muito parecidos. Não muda muito, a não ser que você tem menos burocracia para conseguir dinheiro. Aqui você há mais. Incentivo fiscal é um dinheiro mais burocrático. Mas os problemas são os mesmos. Problema com financiamento... problemas com atores que acontecem lá acontecem aqui.
Panorama - Hoje as histórias só chegam até você ou você vai atrás?
Teixeira - Vou muito atrás. Agora, nos Estados Unidos, estou em uma posição em que eu posso ir atrás. Posso juntar as pessoas e fazer as coisas acontecerem. Pode ser que eu perca essa posição, mas no momento tenho condição.
Panorama - A RT Features comprou os direitos para adaptar O sol na cabeça, livro de Geovani Martins que repercutiu bastante.
Teixeira - Vou dar atenção para literatura, para televisão, filmes pequenos, filmes grandes, minisséries, séries menores. O sol na cabeça, para mim, é um filme importantíssimo. Vou filmar ano que vem com Karim Aïnouz, em julho - ninguém estava sabendo ainda.
Panorama - Planejar um filme como Ad astra, com orçamento de US$ 95 milhões, é muito diferente do que pensar seus filmes anteriores?
Teixeira - Sim, é um filme de estúdio, muito maior do que se pode imaginar. Reunião de trailers tem 35 pessoas na sala. Tem cara explicando como se usa a imagem do Brad Pitt para vender.
Panorama - E essa história que ele pagou um food truck para a equipe?
Teixeira - Todo dia ele pagava um food truck diferente para a galera, quando estávamos no estúdio. Hoje pizza, amanhã torta. O filho da p... não engordava e a gente sim.
Panorama - Em algumas semanas começam as votações do Oscar, das quais você participa. O que dá para antever nesse ano?
Teixeira - Eu acho que é um ano mais fraco que os anteriores. Obviamente tenho meus favoritos, mas há dois ou três que eu preciso ver para fazer para fazer minha eleição.
Panorama - O grande circo místico, escolhido para representar o País no Oscar, e a animação brasileira Tito e os pássaros têm alguma chance?
Teixeira - Acho difícil. Acho que não teremos Brasil nesse ano, não...
Panorama - E qual o próximo projeto da RT Features que você acredita que pode estar entre os concorrentes?
Teixeira - Temos três ou quatro filmes muito bons. A vida invisível, do Karïm Ainouz; Ad astra; The lighthouse (novo terror de Robert Eggers, diretor de A bruxa); e Wasp Network, do francês Olivier Assayas. Esses quatro podem estar na lista.
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