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Cultura

- Publicada em 27 de Novembro de 2018 às 01:00

Cordel do Fogo Encantado apresenta novo disco nesta quinta no Opinião

Grupo cênico-musical chega à capital com formação original para show de Viagem ao coração do sol

Grupo cênico-musical chega à capital com formação original para show de Viagem ao coração do sol


TIAGO CALAZANS/DIVULGAÇÃO/JC
Caroline da Silva
No ano de 1997, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, surgiu um grupo cênico-musical compartilhando o teatro, a poesia oral e escrita dos cantadores e ritmos afroindígenas. Dessa mistura, nasceu Cordel do Fogo Encantado. Para os integrantes do coletivo, cordel é sinônimo de história de um povo em forma de poesia; enquanto fogo é o elemento mais representativo do lugar de origem e da intenção músico-poética inconstante e mutável do grupo. Encantado ressalta a visão fantástica e profética dos mistérios entre o céu e a terra.
No ano de 1997, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, surgiu um grupo cênico-musical compartilhando o teatro, a poesia oral e escrita dos cantadores e ritmos afroindígenas. Dessa mistura, nasceu Cordel do Fogo Encantado. Para os integrantes do coletivo, cordel é sinônimo de história de um povo em forma de poesia; enquanto fogo é o elemento mais representativo do lugar de origem e da intenção músico-poética inconstante e mutável do grupo. Encantado ressalta a visão fantástica e profética dos mistérios entre o céu e a terra.
Por dois anos, o espetáculo, sucesso de público, percorreu seu estado. No Carnaval de 1999, o Cordel estreou no Carnaval pernambucano, chamando a atenção da crítica, e o que era, até então, sucesso regional, ultrapassou as fronteiras e ganhou visibilidade para fora da região, alçando-o à condição de revelação da música brasileira. Foi quando a banda consolidou sua formação definitiva com os arcoverdenses José Paes de Lira (Lirinha), Clayton Barros e Emerson Calado, e os percussionistas recifenses, Nego Henrique e Rafael Almeida (do Morro da Conceição).
Em 2001, com a produção musical de Naná Vasconcelos, o grupo lançou seu primeiro álbum: Cordel do Fogo Encantado. A evolução artística ampliou o alcance do som da banda independente que, por onde passava, ganhava mais público e atenção da mídia. Em 2003, o grupo lançou seu segundo registro de estúdio: O palhaço do circo sem futuro. O álbum foi considerado pela crítica especializada um dos mais inventivos trabalhos musicais produzidos naqueles anos.
Ainda no ano de 2003, em outubro, a banda lançou o DVD MTV apresenta, o primeiro registro audiovisual da banda. Transfiguração, terceiro álbum, lançado em setembro de 2006, intensificou a linha tênue entre poesia, artes cênicas e música, firmando Cordel do Fogo Encantado como um dos grupos mais representativos no cenário da música independente nacional, destacado em diversas premiações.
Em fevereiro de 2010, após 13 anos de trabalho ininterrupto, a banda anunciou a paralisação de suas atividades. No início de 2017, o Cordel do Fogo Encantado voltou a se reunir para a criação do disco Viagem ao coração do sol, lançado em abril de 2018. A turnê do trabalho que marcou o retorno da banda aos palcos chega a Porto Alegre nesta quinta-feira (29), às 23h, no Opinião (José do Patrocínio, 834). Além de músicas do novo álbum, o grupo mostra clássicos dos álbuns Cordel do Fogo Encantado (2001), O palhaço do circo sem futuro (2002) e Transfiguração (2006).
A banda de Pernambuco estará na Capital com sua formação original. Após oito anos de intervalo, a trupe retomou as apresentações nos palcos brasileiros no início deste ano. Os ingressos para a apresentação estão à venda em www.blueticket.com.br e nas lojas Multisom. As entradas já estão no segundo lote, com preços de R$ 60,00 (para quem doar 1kg de alimento não-perecível na entrada do evento), R$ 50,00 (para quem tem direito à meia-entrada) e R$ 100,00 no valor inteiro.
Conhecidos por sempre inovarem na cenografia, a luz do palco estará sob responsabilidade de Jathyles Miranda de Souza, que acompanha a banda desde o início. Já o vídeo mapping é de Gabriel Furtado, e o figurino, assinado por Isadora Gallas. A cantora Isadora Melo faz participação especial em algumas músicas do show, assim como no álbum recente, em faixas como Sideral ou Quem ama não vê fim, Raiar ou O vingador da solidão, Conceição ou Do tambor que se chama esperança, Eternal viagem, Força encantada ou Largou as botas e mergulhou no céu e Liberdade, a filha do vento. Isadora é pernambucana e iniciou sua trajetória no tradicional espetáculo natalino Baile do Menino Deus, tendo começado a carreira quando o Cordel anunciou a pausa.
Hoje, aos 28 anos, ela representa nos espetáculos do grupo a nova geração, segundo Lirinha: "Ela é a mulher que nos guia ao novo mundo, esse com o qual nos deparamos no nosso retorno à ativa, um mundo diferente, em que as redes sociais interferiram na sociedade e que também mudaram o mercado da música". O vocalista lembra que antes de a banda parar, eles tinham grandes comunidades no Orkut. Lirinha conta que o público de hoje em dia nos shows do Cordel são novos ouvintes, da faixa dos 18 anos, que não os conheciam antes de 2010. "Eles nos ensinam muito."
Para os fãs das antigas, será a oportunidade de reencontro com a trupe que cria shows com o conceito estético de contar histórias, com a poesia conduzindo a narrativa. Os porto-alegrenses não recebem o Cordel desde 2009. Conforme Lirinha, a relação com os espectadores daqui sempre foi de identificação e, pela distância, simbólica para a banda: "Mostrou que a música poderia chegar muito longe e se comunicar de uma forma sem que a distância, de fato, acontecesse".
O frontman recorda que uma gravação de uma apresentação no Opinião foi escolhida para ser faixa do CD de estreia do coletivo - por isso Porto Alegre é forte na sua história. Era a primeira vez que viajavam para o Sul, de carona com a banda Mundo Livre S/A e o cantor Otto, abriram a noite para eles na ocasião. "A partir daí, o Rio Grande do Sul fez parte da trajetória da banda, fomos ao Estado com todos os espetáculos que montamos", comenta Lirinha.
Caroline da Silva
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