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Cultura

- Publicada em 19 de Novembro de 2018 às 22:21

Lilla e Pondé advertem que a democracia está em risco

Filósofo Luiz Felipe Pondé encerrou a última noite do Fronteiras do Pensamento de 2018 na Ufrgs

Filósofo Luiz Felipe Pondé encerrou a última noite do Fronteiras do Pensamento de 2018 na Ufrgs


MARIANA CARLESSO/JC
Patrícia Comunello
A última noite do fronteiras do Pensamento de 2018 foi emblemática para um ano que combinou democracias fragilizadas, cidadãos confrontando políticos e individualismo se sobrepondo a valores coletivos. O cientista político norte-americano Mark Lilla, foi desconcertante, diante da plateia lotada no Salão de Ato da Ufrgs, ao traçar um diagnóstico das debilidades das sociedades democráticas. Lilla defendeu que "precisamos redescobrir as virtudes da cidadania e da solidariedade”.
A última noite do fronteiras do Pensamento de 2018 foi emblemática para um ano que combinou democracias fragilizadas, cidadãos confrontando políticos e individualismo se sobrepondo a valores coletivos. O cientista político norte-americano Mark Lilla, foi desconcertante, diante da plateia lotada no Salão de Ato da Ufrgs, ao traçar um diagnóstico das debilidades das sociedades democráticas. Lilla defendeu que "precisamos redescobrir as virtudes da cidadania e da solidariedade”.
Depois de percorrer a história e o peso da solidariedade seja no comunismo, no fascismo ou institucionalismo, o norte-americano associou parte da crise a uma cultura identitária exacerbada, indicando os jovens como os que mais simbolizam o comportamento. “É desconcertante ver os jovens tão absortos com questões pessoais de gênero e não com crises econômicas e política externa”, diagnosticou Lilla.
O brasileiro e filósofo Luiz Felipe Pondé observou que um dos problemas hoje é a convivência entre posições contrárias e a compreensão das pessoas sobre como funciona o sistema, que não elimina posições divergentes. “A maior dificuldade da democracia, que é um sistema para mediar conflitos, é que ela exige pessoas maduras”, traçou Pondé, que fez críticas ao comportamento da imprensa.
“É preciso que intelectuais e jornalistas parem de agir como chearleaders (torcedores) e ajudem as pessoas a entender o que está acontecendo.” Mesmo sem radicalizar que o modelo está em risco, o filósofo provocou as pessoas a serem mais céticas e lembrou que “para conviver com a democracia tem de aprender a conviver com pessoas que não concorda nem um pouco”.
Lilla apontou que um dos problema é que as pessoas não se identificam como cidadãs. “Mas existe um bem comum que precisa ser protegido para o bem de todos e a única coisa que compartilhamos é a cidadania, e não é só ter direitos, mas deveres, uns para os outros”. O cientista político foi mais pessimista que Pondé e afirmou que há riscos para a democracia norte-americana, com patologias que emergem como oligarquias, nacionalismo étnico e autoritarismos. “Me entristece que o Brasil possa sofrer das mesmas patologias que sofremos”, advertiu o norte-americano.
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