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Cultura

- Publicada em 02 de Outubro de 2018 às 01:00

Coletivo Bixiga 70 desembarca em Porto Alegre para show no Opinião

Às vésperas de turnê na Europa, Bixiga 70 traz show 
do disco Quebra-cabeça a 
Porto Alegre no sábado

Às vésperas de turnê na Europa, Bixiga 70 traz show do disco Quebra-cabeça a Porto Alegre no sábado


/JOSÉ DE HOLANDA/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
O habitat natural do Bixiga 70 é o palco, e um show dos paulistas não é apenas dos - vários - músicos do grupo, mas deles sintonizados à energia do público. Com esse entendimento cada vez mais claro, o coletivo paulista traz a Porto Alegre o espetáculo baseado em seu quarto e recém-lançado disco, Quebra-cabeça (2018). O álbum resulta de três anos em que os artistas se apresentaram mais de 100 vezes, curiosamente mais no exterior do que no Brasil - um feito e tanto para um coletivo com nove integrantes e dedicado à música instrumental.
O habitat natural do Bixiga 70 é o palco, e um show dos paulistas não é apenas dos - vários - músicos do grupo, mas deles sintonizados à energia do público. Com esse entendimento cada vez mais claro, o coletivo paulista traz a Porto Alegre o espetáculo baseado em seu quarto e recém-lançado disco, Quebra-cabeça (2018). O álbum resulta de três anos em que os artistas se apresentaram mais de 100 vezes, curiosamente mais no exterior do que no Brasil - um feito e tanto para um coletivo com nove integrantes e dedicado à música instrumental.
A apresentação acontece a partir das 21h de sábado, no Opinião (José do Patrocínio, 834). Os ingressos variam de R$ 45,00 (mais doação de um 1kg de alimento não perecível) e R$ 140,00, nas lojas Multisom ou pelo site Blue Ticket.
Para o disco que a trupe divulga na capital gaúcha neste fim de semana, os colegas usufruíram das experiências acumuladas desde o lançamento de Bixiga 70 III (2015). "As viagens foram muito importantes, pois são uma vivência coletiva. Em algumas cidades, alugamos casa, tomamos café da manhã juntos, dividimos o volante. A troca de informação é mais direta", explica o trompetista Daniel Gralha, comparando a fase com o do início da banda, em 2010. Na época, cada um dos integrantes tinha uma bagagem própria - vindo de trajetórias no reggae, no rap, rock, música eletrônica, funk ou jazz. Desde então, as experiências compartilhadas pelos instrumentistas só aumentam: eles tocaram em eventos como os festivais Glastonbury (Inglaterra) e Roskilde (Dinamarca) e assistiram a shows de expoentes de diversas partes do mundo. "Por mais que já tenhamos chegado de viagem e feito música em homenagem a isso, como Marrocos no disco III, diversas informações nós só acabamos processando com o passar do tempo."
Quebra-cabeça foi o trabalho realizado após o maior intervalo entre os álbuns já lançados por Gralha, Cris Scabello (guitarra), Daniel Nogueira (saxofone tenor e flauta), Décio 7 (bateria), Doug Bone (trombone), Marcelo Dworecki (baixo), Mauricio Fleury (teclados e guitarra), Rômulo Nardes (percussão) e Cuca Ferreira (saxofone barítono e flauta). Para o primeiro disco (2011), por exemplo, o coletivo entrou em estúdio apenas cerca de um semestre após a formação do grupo. A ideia era que, como são muitos os integrantes envolvidos nos processos, uma rotina de ensaios só seria possível se as etapas em busca de espaço na cena independente fossem apressadas.
Uma das diferenças fundamentais do momento atual em relação aos primeiros meses de trabalho está na tarefa de composição: antes feita separadamente por integrantes, agora desenvolvida coletivamente em estúdio. Desde os primeiros shows, entretanto, é o palco que tem marcado a carreira da big band. "Parece que só começamos a entender a nossa própria música quando a plateia estava mostrando o que ele significava, dançando, se manifestando", acredita Gralha, especulando sobre por que o público até, em algumas ocasiões, canta as linhas instrumentais. "Por mais que usemos escalas aumentadas e diminutas, sempre tivemos o cuidado de buscar fazer melodias que permitam esse tipo de conexão acontecer."
Se o número de membros ajuda a explicar a sonoridade - que mistura elementos do afrobeat e da música negra norte-americana com a produção brasileira, entre outros estilos - também traz um contraponto. O Bixiga 70 excursiona menos no Brasil do que gostaria, e a repercussão no exterior não tem fomentado a circulação nacional nos últimos anos. "Já chegou a alimentar, no início, quando começamos a ir pra Europa", lembra o trompetista, dando duas justificativas para a mudança de panorama. A primeira, segundo ele, é que viajar no País ficou mais caro (e a banda conta com nove músicos); a segunda, que houve uma redução de investimentos em cultura. "A cena alternativa sentiu esse baque", define.
Após o espetáculo em Porto Alegre, o grupo já parte para uma nova turnê internacional. A partir de 17 de outubro, os paulistas fazem uma maratona de 18 shows em 14 dias - incluindo pela primeira vez na agenda apresentações em Dublin, Istambul e Oslo, entre outras cidades.
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