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Cultura

- Publicada em 26 de Setembro de 2018 às 01:00

Guiada pela música, Glória Iriart celebra 50 anos de carreira com show em Porto Alegre

Apresentação acontece nesta sexta-feira, na Sala Carlos Carvalho, e tem ingressos a R$ 25

Apresentação acontece nesta sexta-feira, na Sala Carlos Carvalho, e tem ingressos a R$ 25


JULIANO BLOTA/DIVULGAÇÃO/JC
Frederico Engel
Uma jornada extensa, que enfrentou alguns imprevistos, mas jamais interrompida. A celebração dos 50 anos de carreira de Glória Iriart acontece nesta sexta-feira (28), às 20h, na Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736). Os ingressos são vendidos por R$ 25,00.
Uma jornada extensa, que enfrentou alguns imprevistos, mas jamais interrompida. A celebração dos 50 anos de carreira de Glória Iriart acontece nesta sexta-feira (28), às 20h, na Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736). Os ingressos são vendidos por R$ 25,00.
Envolvida com a música desde seus sete anos, quando ainda morava em São Francisco de Paula, a trajetória profissional teve início em 1959. Na época, ainda uma menina de 10 anos, Glória cantou All the way, composição que abre o show de sexta-feira, no Clube do Guri, programa da Rádio Farroupilha, sendo finalista do concurso de melhor cantora do ano. Já na década de 1960, cantou no A grande chance, apresentado por Flávio Cavalcanti na TV Tupi, além de ser uma das três primeiras colocadas no programa.
Radicada no Rio de Janeiro, a partir de 1968, foi lá que teve maior contato com Elis Regina. Ela já havia cantado no mesmo ambiente que a Pimentinha em 1960, no Programa Mauricio Sobrinho, gravado no Cinema Castello. Mas foi na capital fluminense que chegou a conversar com a cantora. "Não fomos amigas de frequentar a casa uma da outra, mas tínhamos um respeito mútuo", relata Glória. Entre as diversas apresentações que realizou no Rio, já dividiu palco com Clara Nunes, Gonzaguinha, Maria Creuza e Serguei. Também precedeu Maysa no Canecão, ao realizar uma temporada de 45 dias no local. Neste período, desenvolveu uma intensa carreira, fazendo parcerias com grandes nomes do cenário musical brasileiro como o violonista Roberto Paciência e o compositor Radamés Gnattali.
A carreira profissional da cantora sofreu uma pausa em 1980, quando retornou para Porto Alegre. Após a morte do pai, em 1978, e a notícia do Mal de Parkinson da mãe, também em 1980, Glória voltou ao Rio Grande do Sul para estar mais próxima da família. "Parei no auge, num momento bastante produtivo da minha carreira. Podia estar rica hoje", brinca. Isso não significa que ela deixou de cantar. Não mais profissionalmente, Glória deu sequência à sua música, tendo realizado parcerias com compositores e músicos locais, bem como shows a convite de projetos particulares, espaços culturais, casas de shows, clubes e instituições como Casa de Cultura Mario Quintana, Santander Cultural, Sesc-RS, Solar dos Câmara, Theatro São Pedro, entre outros.
O hiato de canto profissional foi de cerca de 25 anos, com Glória retornando à carreira em 2005. As diferenças entre as distintas épocas em que se apresentou puderam ser sentidas pela cantora. Não tendo realizado muitas gravações em estúdio, um dos motivos representa uma nostalgia de décadas anteriores, "Prefiro gravar músicas em conjunto com a orquestra, ópera, algo mais incomum atualmente, em que ocorrem separadamente", afirma. O retorno também representou poder se apresentar no evento Sesc Mulher em 2017 sobre o câncer de mama. "Tive de enfrentar a situação, realizei três cirurgias. Mas sempre fui fria, nunca atrapalhou minha rotina", conta a cantora.
Com a reaproximação com a cena musical gaúcha desde 2005, a percepção da cantora é a de que o Estado dispõe de muitos talentos, mas que faltam oportunidades. "Estamos recheados de valores artísticos que não recebem apoio. Os locais não são valorizados como os de fora do Rio Grande. Eu, por exemplo, nunca fui beneficiada com um edital ou nada semelhante. Estou juntando dinheiro para o show há um ano", aponta.
A apresentação de Glória Iriart - 50 anos de carreira não representa lucros para a cantora, ao afirmar que o valor arrecado serve para pagar o cachê dos outros músicos presentes, tais como Everson Vargas (baixo), Luis Henrique/New (piano) e Ricardo Arenhaldt (bateria). Com um repertório de 16 músicas, como All the way; Beatriz; Rio antigo; Feito picolé no sol; Catavento e Girassol; Serra do luar e Sentimental eu fico, Glória afirma que canta aquilo que é de qualidade, independentemente do gênero musical. Com dois CDs lançados - Paixão, em 2012, e Flor, em 2016 -, a parceria do primeiro foi especial. "O Nico Nicolaiewsky me ajudou muito, auxiliando na composição, com o piano e acordeão. Foi um ótimo amigo", destaca.
A música, presente há tantos anos na vida da cantora, representa uma forma dela se conectar com as pessoas que ama, além de impactar na vida do público que a prestigia. Cantoras como Barbra Streisand, Caterina Valente, Céline Dion e Doris Day conseguiram fazer o mesmo por Glória. "É um registro de vida, um modo de passar uma mensagem", completa.
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