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Cultura

- Publicada em 13 de Setembro de 2018 às 01:00

Montagem Grande Sertão: Veredas é atração em Porto Alegre neste fim de semana

No espetáculo, jagunço Riobaldo é vivido por Caio Blat (foto)

No espetáculo, jagunço Riobaldo é vivido por Caio Blat (foto)


CHICO LIMA/DIVULGAÇÃO/JC
Cristiano Vieira
Prêmios não faltam no currículo da montagem Grande Sertão: Veredas, principal atração deste fim de semana do Porto Alegre em Cena. A encenação estreou em 2017 e já recebeu o prêmio APCA (Melhor Direção), Prêmio Shell de Teatro nas categorias Direção (Bia Lessa) e Ator (Caio Blat), mais o Prêmio Bravo! 2018 (Melhor Espetáculo de Teatro).
Prêmios não faltam no currículo da montagem Grande Sertão: Veredas, principal atração deste fim de semana do Porto Alegre em Cena. A encenação estreou em 2017 e já recebeu o prêmio APCA (Melhor Direção), Prêmio Shell de Teatro nas categorias Direção (Bia Lessa) e Ator (Caio Blat), mais o Prêmio Bravo! 2018 (Melhor Espetáculo de Teatro).
O espetáculo, concebido a partir da clássica obra de Guimarães Rosa, terá apresentações no Teatro do Sesi no sábado (15), às 20h, e no domingo (16), às 18h. Concebido por Bia Lessa (cineasta, diretora de teatro e de ópera), Grande Sertão: Veredas propõe, em um só tempo, uma peça de teatro e uma instalação visual que convida o espectador a romper as fronteiras entre literatura e encenação. Assim, transpõe ao palco as inúmeras possibilidades interpretativas do texto de forma não linear.
Partindo também da necessidade de elaborar um espetáculo que estimule todos os sentidos, a montagem apresenta diversas inovações de linguagem, buscando representar o sertão não apenas como um território físico, mas como um estado de espírito, um lugar que existe dentro de cada um.
A história é uma das mais importantes da literatura nacional. Rosa descreveu a saga do jagunço Riobaldo (vivido por Caio Blat) pelo sertão para combater seu grande inimigo, Hermógenes. Riobaldo tem o tormento da dúvida sobre a existência ou não do demônio e, ainda, convive com a paixão considerada impossível por alguém que pensa ser outro homem, Diadorim (interpretado por Luiza Lemmertz).
“O Grande Sertão: Veredas, não importa a cidade, é uma preparação constante, e estar neste festival, um dos mais importantes do Brasil, é muita responsabilidade”, conta Bia Lessa, por telefone, referindo-se ao Porto Alegre em Cena e preocupada com o friozinho que tem feito em Porto Alegre. Avisada de que um casaco bastará para ficar na Capital, ela relaxa e solta uma risada.
A imersão da diretora na obra de Guimarães Lessa é anterior à montagem – em 2006, ela concebeu e criou uma exposição comemorativa sobre o escritor para o Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista. Criada com materiais simples de construção, como tijolos, areia, água e madeira, a exposição levava o visitante ao sertão da obra de Guimarães Rosa. “A grande dificuldade é que eu não pude usar nenhuma imagem, foi uma exposição apenas de palavras. O importante da obra do Guimarães é isso: o sertão está dentro da gente”, pondera Bia.
Bia concorda que Grande Sertão: Veredas, lançado em 1956, está recheado de temas que hoje permeiam o tecido social e político brasileiro, como a violência, a pobreza e questões de gênero. “Por isso é considerado um romance formador. É visto, ainda, com certo preconceito, como de difícil leitura, mas isso mudou com a peça”, revela.
Ela destaca que o retorno do público é positivo neste aspecto. “Todo mundo adora o livro, mas considera complexa a linguagem. O espetáculo veio afirmar o oposto”, revela. O texto do autor está idêntico ao do livro, avisa Bia. “A questão é que aquela toada, do livro, que aparentemente não compreendemos, em dois minutos, com a peça, o público entende. A gente não facilitou nada, é bacana isso”, completa.
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