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Cultura

- Publicada em 03 de Setembro de 2018 às 22:36

'Há a mesma diversidade de câncer, como há diversidade humana', diz Siddahartha Mukherjee

Siddhartha Mukherjee foi o conferenciasta do Fronteiras do Pensamento nesta terça-feira

Siddhartha Mukherjee foi o conferenciasta do Fronteiras do Pensamento nesta terça-feira


MARIANA CARLESSO/JC
Luis Filipe Gunther
Conhecido por sustentar ideias diferenciadas sobre a medicina, o oncologista indiano Siddahartha Mukherjee foi o palestrante do Fronteiras do Pensamento na noite desta segunda-feira (3) em Porto Alegre. Ele avalia que há um equívoco ao se avaliar que o câncer é problema médico. Para ele, trata-se de uma questão biológica. Assim, ao invés de temer a doença, o correto seria preveni-la.
Conhecido por sustentar ideias diferenciadas sobre a medicina, o oncologista indiano Siddahartha Mukherjee foi o palestrante do Fronteiras do Pensamento na noite desta segunda-feira (3) em Porto Alegre. Ele avalia que há um equívoco ao se avaliar que o câncer é problema médico. Para ele, trata-se de uma questão biológica. Assim, ao invés de temer a doença, o correto seria preveni-la.
Antes da fala de Mukherjee, foi exibido um documentário em curta-metragem complementar ao livro O imperador de todos os males: uma biografia do câncer, obra que rendeu ao indiano o prêmio Pulitzer de 2011. Em cinco minutos, foi contada a história de Lory Wilson, mulher negra, norte-americana. O filme mostrou o ritual doloroso vivido nas famílias de portadores de câncer após a identificação da doença até a perda total dos cabelos.
Depois, Mukherjee contou que o primeiro caso de câncer foi relatado por egípcios, que diziam se tratar de “uma doença com núcleo consistente e incurável”. Muito tempo depois, Hipócrates – considerado um dos mestres da Medicina – disse que era como um caranguejo: que havia um núcleo e que as patas seriam a “metástase”, que se espalha para outros locais do organismo. Essa teoria pode ter inspirado Willam Halsted, médico que contribuiu para a utilização do método cirúrgico como forma de cortar o mal pela raiz.
Para o oncologista, é imensurável o quanto a ciência de prevenção ao câncer tem evoluído nos últimos 100 anos, graças a descobertas como a de que o câncer é mutável. Conforme Mukherjee, o tumor pode ocorrer em um mesmo lugar do corpo em várias pessoas, porém, sua estrutura é diferente justamente por termos DNAs distintos. Entendendo que o tumor seria uma espécie de impressão digital, medicamentos experimentais adequados para apenas um indivíduo vem sendo aplicados.
O oncologista, no entanto, fez um alerta: o estado de risco exerce mais influência atualmente do que o histórico e a genética. Apesar de toda a evolução científica, ainda não é possível saber o ano e nem o dia que vai desenvolver um câncer, porém há sintomas.
Para o futuro, já é esperado que a ciência descubra possíveis mutações celulares antes mesmo que um bebê nasça - potencializando a prevenção da doença. Mukherjee concluiu a palestra dizendo que “hoje sabemos que há a mesma diversidade de câncer, como há diversidade humana”.
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