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Cultura

- Publicada em 24 de Agosto de 2018 às 20:02

'Minha vida não é um monólogo', afirma Ney Latorraca

Aos 74 anos, Ney Latorraca será homenageado com o Troféu Cidade de Gramado

Aos 74 anos, Ney Latorraca será homenageado com o Troféu Cidade de Gramado


Fabio Winter/Pressphoto/Divulgação/JC
Caroline da Silva
Aos 74 anos, o ator paulista Ney Latorraca retornou à Serra gaúcha para receber a distinção Troféu Cidade de Gramado, dentro da programação do 46º Festival de Cinema de Gramado, na noite desta sexta-feira (24). Em coletiva no Museu do Festival de Cinema de Gramado, o artista contou que por muitos anos, no início do evento, vinha acompanhar as atrações consecutivamente. Porém, quando começou a viajar para fazer teatro, especialmente com a icônica peça O mistério de Irma Vap (na qual contracenava com Marco Nanini), não pôde mais se agendar para a festa da sétima arte. “Volto no momento certo. Porque já tinha sido homenageado por todos os festivais, faltava o do mais importante do Brasil.”
Aos 74 anos, o ator paulista Ney Latorraca retornou à Serra gaúcha para receber a distinção Troféu Cidade de Gramado, dentro da programação do 46º Festival de Cinema de Gramado, na noite desta sexta-feira (24). Em coletiva no Museu do Festival de Cinema de Gramado, o artista contou que por muitos anos, no início do evento, vinha acompanhar as atrações consecutivamente. Porém, quando começou a viajar para fazer teatro, especialmente com a icônica peça O mistério de Irma Vap (na qual contracenava com Marco Nanini), não pôde mais se agendar para a festa da sétima arte. “Volto no momento certo. Porque já tinha sido homenageado por todos os festivais, faltava o do mais importante do Brasil.”
“Minha vida não é um monólogo”, afirmou, dizendo ter boa relação com toda a cadeia de profissionais envolvidos nas produções, entendendo que tudo tem seu tempo e preparação: “Estou acostumado com camarins, maquiador. Sou amigo dos motoristas, dos câmeras...”. Também fez questão de narrar sua amizade com os atores gaúchos Walmor Chagas e Lilian Lemmertz.
Latorraca chegou com antecedência à cidade. Atendeu os fãs, disse que adora tirar selfies e pregou que os artistas precisam ser aplaudidos de pé. “Vi um filme maravilhoso, 10 segundos para vencer, sobre o Éder Jofre, e achei fria a recepção das pessoas dentro do cinema”, explicou. Em Gramado, ele começa a gravar um documentário sobre sua trajetória, com produção do curador do festival Rubens Ewald Filho. A entrega da homenagem é um pontapé inicial para rememorar toda a carreira e vida do paulista, que se confundem desde a infância. Seu primeiro trabalho foi aos 6 anos, em uma radionovela. Filho de um crooner e de uma corista de cassinos (tendo Grande Otelo como padrinho de batismo e Marília Pêra como madrinha no teatro), contou que a família precisava ter muitos empregos na área artística por questão de sobrevivência.
Nos palcos, sua atuação mais recente é Vamp – o musical (2017), baseado na icônica novela homônima da Rede Globo de 1991/1992. Inicialmente, aos 72 anos, o veterano ator julgou que era uma cilada se vestir de vampiro para rememorar uma produção que tinha sido exibida há tanto tempo. No entanto, a temporada foi um sucesso tremendo e ele conta ser ovacionado, por todas as gerações, por onde o espetáculo passa.
Já no cinema, Ney Latorraca trabalhou com reconhecidos diretores como Ruy Guerra, Paulo César Saraceni e Carlos Reinchenbach. Na televisão, teve atuação marcante com Walter Avancini: “Ele tinha um olho clínico gigante. Era o melhor diretor de TV, foi o que começou a teledramaturgia propriamente dita. Escolheu Regina Duarte, em seu início, por exemplo”.
Em 2012, o artista teve um problema de saúde e conta ter passado por uma barra pesada, tendo sido desenganado pelos médicos. Os amigos Marília Pêra e José Wilker foram solidários com ele, lhe enviaram orquídeas quando saiu do hospital em 2013 e lhe chamaram atenção pelo susto que tomaram. “Acabou que eles se foram e eu fiquei. Sou um sobrevivente”, lembra. Por isso tudo, diz que hoje, na televisão, prefere fazer séries a novelas, por ficar muito cansado com a rotina pesada de gravações. O ator é contratado da Globo, que havia renovado seu vínculo até 2022. Porém, a emissora tinha lhe chamado para fazer a novela atual das 19h, O tempo não para, convite que recusou e a situação ficou delicada. “Não gosto de levantar cedo. Tenho trauma. Sou muito tenso com a questão de horários”, explicou.
No entanto, Latorraca sempre teve uma relação boa com a empresa. Quando estava de licença da rede pelo falecimento de sua mãe, conseguiu liberação para fazer o papel de um palhaço na novela do SBT Éramos Seis, em 1994, escrita por Rubens Ewald Filho. “Por sinal, Sílvio (Santos) me pagou muito bem por aquela participação”, cachê que foi doado para o Retiro dos Artistas do Rio de Janeiro. O fato demonstra uma das características pelas quais o artista é mais lembrado: a generosidade. Seu patrimônio foi deixado em testamento para esta e mais três entidades assistenciais.
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